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Estante da Vivi

São Paulo tem Bienal do Livro histórica, mas espaço não dá conta do público e feira colapsa

Faturamento foi à altura das grandes filas: ingressos esgotaram e editoras registraram recorde de vendas

Estante da Vivi|Vivian Masutti e João Acrísio*, do R7

Público lota o Distrito Anhembi na 27ª Bienal Internacional de São Paulo Divulgação

A 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi a maior da última década, com ingressos esgotados, filas gigantescas, estandes estrombados e recordes de venda.

O mais de 75 mil metros quadrados do Distrito Anhembi não deram conta de receber de forma minimamente confortável os 722 mil visitantes, ao longo dos dez dias de evento. O número supera em quase 10% o da edição anterior, segundo a Câmara Brasileira do Livro, responsável pela organização.

Havia filas para entrar nos espaços das editoras, pagar, comer, ir ao banheiro e até para sentar no chão.

Mas o retorno financeiro de tudo isso veio: o ticket médio do evento foi de R$ 208,14 e houve um aumento de 83% na média diária de faturamento em comparação com 2022. Quem mais compareceu foram os jovens. Cerca de 43% do público foi de pessoas entre 18 e 24 anos, segundo a Secretaria Municipal de Turismo.


As editoras também registraram explosão no faturamento, com destaque da Companhia das Letras, que informou, em nota, ter batido “todos os seus recordes”; da Intrínseca, que teve crescimento de 60%; e do Grupo Editorial Record, que aumentou sua comercialização em 60%. Para Sextante, Arqueiro e Harper Collins, o boom chegou a 100%.

Quadrinistas buscam espaço

Apesar de todo esse alvoroço, quadrinistas reclamaram da falta de um espaço dedicado a eles, a exemplo da Bienal do Rio do ano passado. Tanto que um time de artistas independentes se reuniu para alugar um estande e divulgar seu trabalho.


Trata-se do Artist’s Alley, ou beco dos artistas, criado por Carlos Ruas, Cecília Ramos (Cartumante), Gustavo Borges, Rafael Fritzen, Guilherme Infante, Wesley Mercês, Caetano Cury e Orlandeli.

“Foi uma ideia diferente, mas funcionou maravilhosamente”, fala Carlos Ruas.


“O Ziraldo, que foi homenageado nesta edição, inspirou as gerações a viver de quadrinhos. Quando você vai na CCXP, você tem 400 mesas no Artist’s Alley, cheias de artistas. Isso é revolucionário e o Ziraldo foi fundamental para nos dar essa esperança.”

Gustavo Borges, autor da graphic novel Cebolinha: Recuperação, lançada pela Panini, participou da edição carioca do evento.

“Acredito que o público de uma Bienal também seja o nosso público. Ponho a minha mão no fogo que é um lugar em que a gente precisa estar, pois novos públicos vão nos encontrar. Nunca mais vai faltar quadrinho na Bienal.”

*Sob supervisão de Vivian Masutti

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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