Ativista Caroline Criado Perez lança "Mulheres Invisíveis"
A autora coloca em números o sofrimento de metade da humanidade, provando que o preconceito de gênero é muito mais que uma questão subjetiva
Ligia Braslauskas Literatura|Do R7 e Ligia Braslauskas
Ativista feminista premiada, Caroline Criado Perez apresenta uma abordagem inovadora ao lançar luz sobre a desigualdade sistêmica entre mulheres e homens oriunda di desprezo pelos dados de gênero. Em “Mulheres Invisíveis” a autora alerta para essa questão que prejudica as mulheres em todos os âmbitos. Embora amplamente difundido como a base da melhoria da nossa qualidade de vida, o caráter científico dos dados esconde um lado perverso: as mulheres não são - e nunca foram - contempladas por eles.
A autora reúne estudos de caso que explicitam como coleta e o uso de dados, responsáveis por moldar nosso dia a dia, tem contribuído para a manutenção do privilégio masculino. Desde tremer de frio no escritório devido ao ar-condicionado ajustado para o padrão do corpo masculino a ter um ataque cardíaco não diagnosticado porque os sintomas são considerados atípicos, as mulheres são alvo do descaso em relação às suas particularidades. Segundo Caroline, “a exclusão da perspectiva feminina é uma das grandes causas do viés masculino que tenta (muitas vezes de boa-fé) se passar como ‘neutralidade de gênero’. É isso que Simone de Beauvoir se refere quando diz que os homens confundem o próprio ponto de vista com a verdade absoluta”.
A autora coloca em números o sofrimento de metade da humanidade, provando que o preconceito de gênero é muito mais que uma questão subjetiva.
“Mulheres Invisíveis”
Tradução de Renata Guerra
400 páginas
R$ 89,90 (impresso)
R$ 62,90 (e-book)
Editora Intrínseca
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