Brigitte Bardot & Clarice Lispector

E Deus criou a Mulher. Livre, de voz doce e ferina símbolo sexual, meio homem, meio bicho, defensora dos animais, a que colocou Búzios no mapa mundial e que deu outro sentido à sétima arte. E Deus criou a Mulher, bonita por natureza e que amava a natureza. A tão desejada Mulher se recusava a fazer plásticas. Admirada por bichos, homens e mulheres de todo planeta, inclusive Clarice Lispector. Em 1959, já separada e com dois filhos, Clarice começa a escrever, em agosto, a coluna “Feira de Utilidades”, no jornal Correio da Manhã, sob o pseudônimo de “Helen Palmer”. Depois, assumiu a coluna de conselhos femininos “Nossa Conversa”, do Diário da Noite, em 1960 e 1961 como ghost-writer da atriz Ilka Soares. Clarice escreveu colunas para mulheres sob três nomes diferentes: Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares. Nessa coluna, como Helen Palmer, ela cita Brigitte Bardot e Marilyn Monroe, com admiração e sensatez. Os textos podem ser encontrados no livro “Correio para Mulheres”, da editora Rocco.

“O que é Sex Appeal”?

“Não se analisa, não se copia; até mesmo a expressão é intraduzível para qualquer outra língua. É a atração. Olhe bem para Brigitte Bardot, no cinema, nos retratos. Seu rosto, seu corpo estão muito longes dos cânones de beleza. No entanto, ela atrai extraordinariamente. E Marilyn Monroe? Se você a examina bem, vê seus defeitos físicos. Mas tudo que ela faz, subjuga, fascina. A questão é: pode-se conseguir “sex appeal”? pode-se adquirir o fluido magnético? Que é que você acha?"

A música “Brigitte Bardot”, composta por Péricles Cavalcanti, do grupo teatral “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, está no álbum “A Farra da Terra”, de 1983. O grupo revolucionou o teatro brasileiro com humor e improviso. Hamilton Vaz Pereira (diretor), Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Evandro Mesquita, Patrícia Travassos, Perfeito Fortuna, Nina de Pádua, Daniel Dantas e até Cazuza em um período, mudaram a maneira de fazer teatro no Brasil.

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