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Chegou a hora da Dragões da Real vencer o Carnaval de São Paulo

Com apenas 17 anos de história, escola oriunda da torcida do São Paulo é uma das mais competentes da elite do samba paulistano

Ziriguidum|Thiago Calil

Escola cantou a música sertaneja e a vida no campo
Escola cantou a música sertaneja e a vida no campo

Chegou a hora de o título de campeã do Carnaval paulistano ser da Dragões da Real. Não que as demais também não mereçam. Aliás, como já disse anteriormente, é um ano de muitas favoritas. Mas a Dragões, além de um desfile impecável, tem na sua história todos os méritos que a levam a merecer esse troféu.

Há dez anos, as escolas ainda não haviam desfilado e já se sabia que o título sairia entre Mocidade, Rosas ou Vai-Vai. Somente em 2016, com a Império de Casa Verde, essa história mudou. E nesse meio tempo, enquanto assistíamos a disputa de três agremiações, a Dragões foi se preparando, aprendendo e crescendo.

Com apenas 11 anos de fundação, em 2011, garantiu a vaga no Grupo Especial. Na elite, nunca esteve nem perto do rebaixamento. Pelo contrário. É evidente que isso só acontece com muito trabalho e preparo.

O cantor Sergio Reis fez foi destaque da Comissão de Frente da Dragões da Real
O cantor Sergio Reis fez foi destaque da Comissão de Frente da Dragões da Real

Muita gente se preocupou no início achando que, por ser uma escola oriunda de uma torcida de time de futebol, o Anhembi se transformaria em um estádio. Mas só pensou isso quem nunca chegou perto da agremiação, que sempre priorizou o samba à bola. Prova disso foi em 2018 mesmo, quando desfilou logo na sequência da Gaviões da Fiel e nenhum incidente foi registrado na concentração ou nas arquibancadas.


E, afinal, qual é a mágica da Dragões? Não parece ser nada de outro mundo. Mas começa por uma direção de harmonia para lá de competente. Depois vem um trabalho de barracão admirável, que valoriza muito o acabamento de alegorias e fantasias, como ficou claro no sambódromo neste ano. O desfile deles tem algo mais: a leitura. Não é preciso estudar três livros antes para olhar para a avenida e entender a história que eles estão tentando contar.

Em 2018, a agremiação homenageou a música sertaneja e, através dela, a vida no campo. Contou com a ajuda de um sambão, daqueles impossíveis de ouvir parado. E fez seu show com a mesma competência que já nos acostumamos a ver.

Em seis desfiles no Grupo Especial, a Dragões só não esteve entre as campeãs duas vezes. E mais... a maioria delas conquistou um lugar mais alto. Como em 2017 foi um vice-campeonato, não é de se estranhar que o caneco caia na mão deles neste ano. E, se isso acontecer, a gente pode dizer tudo. Menos que não foi merecido.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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