Cheval des Andes: A Evolução de um Ícone Argentino.
No lançamento exclusivo da safra 2019 deste ícone argentino com a presença do Diretor Técnico Gerald Gabillet, o Cheval des Andes 2019 deu show e mostrou seu DNA Francês.
Adega do Déco|Do R7 e André Rossi
Que o vinho argentino é um dos que nós brasileiros mais gostamos, isso é inegável. E de lá, alguns grande nomes sempre estão entre os mais admirados e desejados pelos amantes do bom vinho, e certamente o Cheval des Andes é um deles. Motivos não faltam para que esse vinho esteja entre os mais icônicos do país Hermano. O primeiro é sua origem: Fundado em 1999 pelo francês Pierre Lurton, presidente do mítico Chateau Cheval Blanc, localizado em Saint Emilion, Bordeaux (França), o projeto Cheval des Andes é uma joint venture entre a conhecida vinícola Terrazas de Los Andes e o Chateau Cheval Blanc, com o intuito de fazer um vinho que fosse uma viagem às raízes de Bordeaux, em Mendoza, lugar que Lurton conheceu em 1998 e se apaixonou. Outro fato contribuiu muito para que Lurton desse início a esse projeto: Quando chegou em Mendoza, descobriu videiras originais de Malbec (que havia sido devastada na França por conta da Phylloxera no final do século XIX), plantadas em 1929, na região de Las Compuertas (Lujan de Cuyo, Mendoza). Pronto: Estava criado o enredo de um dos grandes vinhos da América do Sul, com alma e mãos francesas.
Em um recente almoço com o Diretor Técnico Gerald Gabillet, pude provar em primeira mão o recém lançado Cheval des Andes 2019, que comemora a vigésima safra deste vinho. Mas, para podermos comparar e acompanhar a evolução dele, Gerald trouxe também o 2017 e 2018 e em cima desta Vertical (quando tomamos o mesmo vinho, de anos diferentes), conseguimos ver a busca por um estilo de cada vez mais elegância e cada vez menos dependência de uma única uva – no caso a Malbec – para dar mais espaço para a rainha Cabernet Sauvignon, uva que reina em Bordeaux (onde está o Chateau Cheval Blanc) e que, segundo Gerald, é o retrato da rica história do vinho argentino, especialmente na região de Las Compuertas, mesmo tendo a Malbec como bandeira principal.
O Cheval des Andes 2017, que tem um corte de 62% Malbec e 38% de Cabernet Sauvignon se mostrou um vinho intenso e macio, com uma furta preta dominando os aromas e acidez deliciosa. Com 6 anos de idade, está novo ainda, mas já dá pra ser feliz com ele na taça :)
O Cheval des Andes 2018 tem ainda mais Malbec – 70% - e 30% de Cabernet Sauvignon. E a diferença é enorme. 1 ano apenas de diferença de idade, mas na boca, um vinho que parece bem mais novo, com taninos mais rústicos, mais corpo e mais fechado. Este eu diria que tá muito novo para se tomar hoje, sendo ideal esperar mais uns aninhos para que ele fique mais “manso”.
E finalmente o Cheval des Andes 2019, que me surpreendeu! Não pela qualidade, pois todos eles seguem rigorosamente o altíssimo padrão de qualidade da vinícola, que não faz nada mal feito. Ele me surpreendeu pela elegância e maciez, mesmo sendo o mais novo de todos. E aqui, um feito que até então, eles não tinham conseguido: Fazer um vinho com proporções iguais de Cabernet Sauvignon e Malbec. E o resultado foi quase um teletransporte até Bordeaux, com um vinho muito elegante, macio, com taninos e acidez deliciosos e aromas e sabores que vão da fruta madura a alguns toques terrosos. Um vinho que está delicioso para se tomar agora, mas vai aguentar lindamente na garrafa por um bom tempo!
O preço infelizmente não é para qualquer um, mas segue a qualidade e a fama do vinho. No Brasil, custa por volta de R$ 1.000,00 dependendo da loja/restaurante. Mas vale cada gole!
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