Produtores de vinho italianos se reúnem com o papa Francisco
Audiência privada com o papa Francisco contou com a presença de mais de 100 produtores de vinho e representantes comerciais
Adega do Déco|André Rossi e André Rossi
Papa argentino, morando na Itália. Tá aí uma mistura que não poderia dar em outra coisa: vinho! Na última semana de janeiro, alguns produtores de vinho italianos reuniram-se no Palácio Apostólico do Vaticano para um debate no âmbito de uma iniciativa chamada “A Economia de São Francisco e o Mundo do Vinho Italiano”.
Organizada pelo Veronafiere-Vinitaly, que é responsável pela realização da maior feira anual de Itália, a Vinitaly, a audiência privada com o papa Francisco contou com a presença de mais de 100 produtores de vinho e representantes comerciais.
Durante o seu discurso de boas-vindas, o papa disse aos convidados que “o vinho, a terra, as competências agrícolas e o empreendimento são dádivas de Deus”. Continuando, defendeu a democratização do vinho, lembrando ao seu público que o vinho e os produtos da terra são para todos, “não apenas para quem tem mais oportunidades”.
“O Criador confiou tudo isto a nós, à nossa sensibilidade e à nossa honestidade, para que possamos torná-los, como dizem as Escrituras, numa verdadeira fonte de alegria para o coração do homem e de cada homem, não apenas daqueles que têm mais oportunidades”, disse ele.
Durante o seu discurso, Francisco também destacou a importância de abordar o comércio do vinho com ética e respeito.
“Dado o número de empresas envolvidas, a qualidade dos seus produtos e o impacto em termos de emprego, o setor é inquestionavelmente uma realidade significativa no cenário vitivinícola italiano e internacional. É, portanto, importante ver vocês se unirem para debater os aspectos éticos e as responsabilidades morais que tudo isso acarreta.”
Outro ponto importante abordado foi a “a atenção ao meio ambiente, ao trabalho e aos hábitos saudáveis de consumo de álcool”.
“A mera aplicação de técnicas industriais e lógica empresarial não são suficientes para garantir produtos de qualidade”, acrescentou. “A terra, as vinhas, o cultivo, a fermentação e os processos de maturação exigem consistência, atenção e paciência, pois o vinho é um presente de Deus, um símbolo de tradição e de um sistema econômico sustentável em termos sociais e ambientais que possa garantir que o vinho continue a ser um aspecto de coesão social e de diálogo aberto que inspira o convívio para unir as pessoas.”
Crenças religiosas à parte, não tenho como discordar de nem uma vírgula desse discurso do papa! Ponto pra ele!
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