Os vinhos do diretor de “O Poderoso Chefão”
Francis Ford Coppola construiu um importante legado na vinicultura

O genial diretor, roteirista e produtor Francis Ford Coppola🇺🇸 é um dos nomes mais importantes do cinema mundial de todos os tempos, que transformou a maneira como os filmes são feitos e vistos.
Com uma trajetória super estrelada, ele foi responsável por obras-primas da “sétima arte” como a trilogia “O Poderoso Chefão” (1972-1990), além de clássicos como “Apocalypse Now”, sendo premiado inclusive com 5 estatuetas do Oscar em 14 indicações 🎥🎞️🍿.
Nascido em Detroit, em 1939, ele vem de uma família ítalo-americana oriunda de Bernalda, Basilicata, e cresceu no bairro de Queens em Nova Iorque. Seu pai, Carmine Coppola, era músico e compositor (com uma canção na trilha sonora de “Tucker: Um Homem e o Seu Sonho”) e a mãe atriz.
A linhagem de Coppola sempre esteve ligada às artes: sua irmã também atriz Talia Shire, ficou conhecida interpretando Adrian, esposa de Rocky Balboa, além de Costanzia “Connie” Corleone; sua filha Sofia e a neta Gia são cineastas; e seu sobrinho é o astro Nicolas Cage.
Mas o que Coppola tem a ver com este CONTRA RÓTULO 🤷🏻♂️🤔 ?
Francis Ford Coppola tem conexão com o vinho que remonta às suas raízes italianas, a convivência, a celebração e a sua tradição familiar. Além de uma personalidade extraordinária das telas, ele construiu um importante legado no mundo da viticultura. Sua história com o Vale de Napa, na Califórnia, e seus vinhos é tão rica e dramática quanto seus filmes premiados. É uma saga de paixão, visão e a busca incansável por um sonho.
Após o sucesso estrondoso de “O Poderoso Chefão” (The Godfather), em 1975, Coppola e sua esposa, Eleanor (falecida em 2014), decidiram investir parte dos lucros para comprar uma propriedade no Napa Valley. Eles não buscavam uma grande vinícola, mas sim um refúgio tranquilo para a família e onde pudessem também produzir seus próprios vinhos.

Depois de muita procura, eles encontraram a famosa mansão Niebaum em Rutherford, que fazia parte da lendária Inglenook Estate. Fundada em 1879 pelo capitão finlandês Gustave Niebaum, a Inglenook era uma das vinícolas mais renomadas da região antes da Lei Seca. No entanto, na época da aquisição, o lugar estava fragmentado.
Coppola adquiriu uma parte significativa das terras (cerca de 630 hectares), mas a parte histórica do domínio estava em outras mãos, assim como a marca, que havia sido vendida e desvalorizada por uma empresa que produzia vinhos de qualidade duvidosa.
Ousado, ele viu ali uma oportunidade de não apenas ter um lar e fazer vinho, mas de restaurar a glória e honrar a memória da Inglenook original.

No início, Coppola a batizou de Niebaum-Coppola Estate Winery, em respeito à história da propriedade. Ele se dedicou a aprender sobre viticultura e enologia, com a mesma disciplina e interesse que aplicava ao cinema. Colocou como meta elaborar vinhos de alta qualidade.
Em 2006, ele mudou o nome para Rubicon Estate Winery, focando seus esforços em um produto ícone chamado Rubicon, um blend ao estilo Bordeaux que poderia competir com os grandes do mundo.
A realização do sonho de Coppola, de reunir toda a propriedade e recuperar a marca original só foi possível em 2011, após anos de negociações. Coppola comprou finalmente a “label” Inglenook do The Wine Group, que havia negociado os direitos de uso do nome e instalações de vinho de volume da Constellation Brands. Ele pagou mais por isso do que por todas as terras.
A Casa foi renomeada novamente como Inglenook e colocado em prática um plano de restauração minuciosa do château histórico, além da elevação contínua dos padrões dos vinhos. Coppola contratou o famoso enólogo Philippe Bascaules, do Château Margaux, que chegou para liderar a produção, em busca da excelência.

Além da Inglenook, Coppola também era proprietário da Francis Ford Coppola Winery em Geyserville, Sonoma County (uma região vizinha a Napa Valley), que foi concebida como um “Parque de Diversões do Vinho”: um local para a família e amigos desfrutarem de vinho, cheio de maravilhas, boa comida, música e entretenimento. Uma iniciativa para democratizar a bebida, torná-la mais acessível e sua experiência mais divertida. Com piscinas, restaurantes e exposições de seus filmes, ele criou um passeio temático que atrai milhares de visitantes.
Curiosamente, vários dos vinhos dessa nova vinícola foram nomeados com referências pessoais e familiares. Por exemplo, a linha “Storytellers” inclui vinhos como “Roxane” (inspirado em sua paixão por Cyrano de Bergerac), “I Mille” (mil, em italiano, talvez em referência a milha de vinhos que ele já fez), “Pitagora” (homenagem ao seu avô, que admirava o matemático); “Archimedes” também é uma homenagem ao seu avô; e a linha “Director’s Cut”, que representa seu olhar mais refinado e artístico, como um diretor faz com seu filme.
Em 2021, Coppola vendeu a propriedade Francis Ford Coppola Winery para a Delicato Family Wines, um dos maiores produtores dos Estados Unidos, para financiar seu filme “Megalópolis”, investindo uma parte significativa de sua fortuna pessoal, estimada em mais de US$ 120 milhões, nessa produção que flopou.
Coppola mantém ainda outra vinícola no estado do Oregon chamada Domaine Lumineux.
De todo modo, a sua contribuição para a viticultura demonstra que ele não teve medo de correr riscos e empreender em uma arte nova. Vale um filme novo não acham 🍷🤩?
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