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Maria do Caos

Emprego dos sonhos? Só se conseguir equilibrar a minha mente!

Ligação inesperada, formigas devoradoras de gente, crise de riso... Olha a bagunça que essa Maria aprontou durante as folgas de fim de ano

Maria do Caos|Do R7

Achei que estivesse arrasando, mas perdi a oportunidade por causa da ansiedade. Será?
Achei que estivesse arrasando, mas perdi a oportunidade por causa da ansiedade. Será?

E aí, Mariassss!

Estavam com saudade? Eu estava sentindo muita falta do nosso encontro aqui na salinha particular que pertence a você, a mim, a todas nós, Marias convictas que sabem o que querem e também o que não querem. Ou que não sabem de nada e estão felizes da vida assim. Tem espaço pra todo mundo.

Agora, sério! Sobre a história da semana passada. Gente, o que foi aquilo? Dei muitas risadas ao imaginar nossa Maria carregando aquela cama gigante, herança de família, de um lugar para outro, e, o pior, ri muito alto quando a mãe queimou a cama sem querer. Bem, ela avisou desde o começo que o DNA era um verdadeiro caos, mas nunca imaginei que seria tanto.

Teve muita Maria que se identificou com algumas situações, uma, em especial, disse que o ex também a procurou perto do casamento dela, mas essa Maria está casada e feliz até hoje. Ufa!


Fico muito feliz quando compartilham as impressões de vocês sobre o que conversamos aqui no blog, me sinto realizada, de verdade. O Maria do Caos era um sonho e, quando vejo tudo se realizando, sinto um quentinho enorme no meu coração.

Obrigada! Obrigada! Obrigada!


Vamos pra história de hoje? Quem aqui sonha com a oportunidade de trabalhar em uma empresa gigante? Ou que desde a faculdade deseja dia após dia conseguir uma vaga na empresa "X"? Alguém aqui tem o sonho de trabalhar na Record, ou no R7? Confesso que eu tinha, e olha só onde estou!

Por que estou dizendo tudo isso? Porque a Maria da semana desejou a vida inteira uma vaga de emprego em uma empresa e, do nada, essa oportunidade apareceu. Mas sabe quando dizem que a oportunidade verdadeira só surge quando estamos prontas? Sim, essa Maria nos prova que esse ditado é real.


Ahhh... e ela é uma Maria supersticiosa, acredita que se falar sobre o assunto ou o nome da tal empresa tudo pode ir por água abaixo.

Divirta-se com esse caos gostoso que está prestes a deixar seu dia mais leve e cheio de aprendizado, nas entrelinhas, tá?

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Último dia do ano e saí correndo do trabalho para chegar a tempo de comemorar o Ano-Novo com minha família. Entrei no carro e fui literalmente voando para casa.

Estava com uma sensação diferente naquele dia 31. Sabe quando o coração quer te dizer alguma coisa? Mas você sabe, né? Quando a gente tem esse tipo de sensação nunca é coisa boa. Marias, por que a gente sempre pensa que uma catástrofe vai acontecer? Vocês também são assim?

Bem, cheguei em casa e meu marido tinha preparado uma tábua de frios maravilhosa com queijo brie e tudo mais. Dei um beijo nele e corri pro banho. Liguei o chuveiro e a sensação estava lá, chamando minha atenção. Era tipo uma dor na boca do estômago. Marias, acho que vocês já devem ter sentido isso, é uma mistura de azia com fome, sabe o que quero dizer?

Saí do banho e meu telefone estava berrando. Olhei para a tela e vi um número desconhecido. Atendi...

“Maria?”

“Sim, sou eu!”

“Oi, aqui é do RH da empresa...”

Quando ouvi o nome da empresa quase caí dura. Seria uma morte estranha: eu no chuveiro, molhada, com o telefone na mão em plena noite de Réveillon.

“Desculpe ligar hoje, mas é que recebemos uma demanda agora há pouco e encontrei seu currículo no nosso banco de dados. Você está disponível para fazer uma entrevista no dia 3 de janeiro?”

Meu Deus... era um sonho? Acho que demorei uns cinco segundos para responder...

“Maria? Está aí?”

“É... estou sim..! Claaaaro que posso no dia 3.”

“Então, está agendado, dia 3, às 14 horas, tudo bem?”

“Sim, sim...”

Nós nos despedimos e desligamos o telefone. Na verdade, ela desligou, porque eu fiquei tão paralisada que permaneci no banheiro, olhando para o telefone por mais dez minutos. Só me dei conta de que estava tanto tempo assim porque o Léo, meu marido, bateu na porta.

“Já estou indo!”

Vários pensamentos estranhos começaram a vir à minha cabeça. Tentei por anos uma oportunidade nessa empresa, e a moça do RH me liga no último dia do ano? Quais as chances? Será que é destino? É isso... é pra acontecer! A vaga vai ser minha! Uhuuuuu! Fico impressionada como nossos pensamentos mudam de um segundo para outro, da morte para a vitória em uma virada de cena.

Saí do banheiro comemorando...

“Léo, você não sabe....” Na verdade, não sei se ele deveria saber.

Para tudo! Marias, vocês sabem o que dizem sobre contar nossos desejos a outras pessoas antes de acontecer, né? Dizem que dá tudo errado. Então, resolvi não dizer de jeito nenhum o nome da empresa.

“É... então... vou te falar uma coisa, mas morre aqui, tá?”

“Eu... eu... fui chamada para uma entrevista naquela empresa!!!”

“Caramba!!! Que legal, Maria... A empresa..." Quando ele foi falar o nome, me lembrei da tradição, da energia...

“Léooo.... não fala o nome da empresa!!! Quanto menos energia colocarmos, melhor..."

Acabei batizando a empresa com o nome “Você Sabe Quem...”, como é chamado o vilão em Harry Potter, que não pode ter nunca o nome revelado!

Réveillon passou, dia primeiro, dois e enfim... dia três! Estava tão ansiosa que comecei a treinar um monte de coisa que poderia dizer. Treinei muito em frente ao espelho, como se isso fosse adiantar em uma entrevista com o RH.

Duas horas da tarde do dia 3 de janeiro e lá estava eu com a minha melhor roupa, melhor sapato, maquiada, com escova no cabelo, sentada como uma donzela.

“Maria!”

Chegou a minha vez, a porta foi abrindo e fui rezando: “Pai nosso que estais no céu.... Me ajuda, senhor!”. A analista de RH que me recebeu era uma mulher com uma expressão muito simpática, sorridente, ela pediu que me sentasse. Estava tremendo dos pés à cabeça, mas acho que disfarcei bem. Começamos a entrevista e depois de 40 minutos saí da sala com um alívio tremendo! Com a certeza de que tinha dado o meu melhor.

A moça disse que entraria em contato em 20 dias e eu já comecei a fazer planos, até de mudar de apartamento para ficar mais próxima do novo trabalho. Mais do que novo, o emprego dos meus sonhos, aquele que eu havia sonhado desde a época da faculdade.

Da empresa dos sonhos, fui direto para a empresa atual. Cheguei à minha mesa com um sorriso difícil de esconder. Trabalhei como nunca! Até porque tinha que deixar o meu melhor, já, já pediria demissão.

Os dias foram passando e a ansiedade começou a bater. Será que falei tudo o que devia? Será que não esqueci de nada? E naquela pergunta sobre salário? Fiz mal em responder que não estava interessada nos números, que queria a vaga de qualquer jeito, até se fosse de graça? Pareci desesperada? Ai meu Deus...

A semana foi uma tragédia. Entrei em pânico revendo tudo o que disse naquela entrevista e mal consegui entregar meus relatórios no trabalho.

Fui chamada pelo diretor.

“Maria, o que está acontecendo? Você não está concentrada! Perdeu cinco prazos...”

“É... Felipe, desculpe, não ando muito bem...”

“Maria, melhor tirar uns dias para descansar...”

Aceitei na hora, sem titubear. Como fui ingênua! Até parece que um diretor vai chamar uma gerente e dizer: “Olha, seus resultados estão terríveis, mas tire uma semana de folga... você merece!" Tá, tá bom! Iludidinha...

Fui para casa e minha mente não parava de me perturbar. A única coisa que aparecia na minha cabeça era...

“Você Sabe Quem... Você Sabe Quem... Você Sabe Quem...”

Parecia uma tela de cinema, eu entrava sozinha, sentava na última fileira e via a logo da empresa passando sem parar. Imagens minhas entrando na minha sala, assinando contrato. Depois de um minuto, aparecia, na mesma tela, a mocinha do RH me ligando e me dispensando.

Uma semana de caos mental e uns 2 quilos a mais, voltei ao trabalho. Sentei à minha mesa e liguei o computador. Achei estranho, meu email estava vazio e no topo havia um aviso de reunião.

“Maria, assim que chegar venha à minha sala, Felipe”

“Oi Felipe... queria falar comigo...”

Ele me olhou nos olhos e me explicou, como se eu tivesse 5 anos, que não fazia mais parte da empresa.

“Você está me de-de-de-de-mitindo?"

Ele sacudiu a cabeça e pediu que entregasse o crachá.

Minha mente explodiu...

Peguei minhas coisas e saí sem falar com ninguém. Como isso tinha acontecido? Do carro liguei para uma amiga.

“Fui demitida!!! Como isso? Dez anos de empresa... de dedicação!!!”

Cheguei em casa suando, cheia de caixas e descabelada. Nós, mulheres, temos essa capacidade de nos descabelar sem tocar no cabelo, já perceberam, Marias?!?

Joguei tudo num canto e liguei para a minha psicóloga. Fizemos uma videochamada. Contei o que tinha acontecido, e ela logo foi dizendo...

“Isso aí é uma disputa do seu ego contra a sua consciência.”

Me arrepiei inteira. Será que essa coisa de consciência era coisa do além? Eu, sem conhecimento sobre o assunto, mas com muita fé, fui anotando como manter minha mente calma e tranquila.

Tá, tudo anotado.

Léo chegou em casa e eu estava acabada! Contei o que tinha acontecido e ele propôs que fôssemos a um lugar tranquilo para que eu praticasse minha paz interior.

Lá fomos nós. Quando entramos na estrada começou um temporal.

“Ahhh... não é possível!"

Sabe lei de Murph? Quando tudo começa a dar errado ao mesmo tempo? Então... ela é real, acreditem! Inclusive tem episódio sobre isso aqui no blog.

Pasmem, três horas de estrada com uma chuva torrencial. Chegamos ao hotel e ainda não tinha ouvido a meditação da tranquilidade. O tal do mindfulness, que significa atenção plena. Segundo minha psicóloga, mudaria minha vida.

“Léo, vou na chuva mesmo."

Pego um caminho de terra, sento na grama e tento focar minha atenção no vazio da mente. Vocês entenderam o que eu disse? Vazio da mente seria aquele espaço entre um pensamento e outro. Sabe? Tá, também demorei para entender.

Meu marido pouco entendia o que eu estava sentindo, ou passando. Acho que só vocês, Marias que estão nesta página comigo, conseguem entender como funcionamos. Estava desesperada e sem raciocínio lógico.

Sem notícias do “Você Sabe Quem”, os 20 dias de prazo já tinham passado e eu estava desempregada. O que mais podia dar errado? Nunca façam essa pergunta!

Saímos, Léo e eu, na chuva. Ele, muito bravo comigo, e eu rezando o caminho inteiro. Ele parou em uma esquina, só tinha lama, e um cachorro lindo, um Golden, parecia perdido.

Claro que desci do carro correndo e esqueci completamente do meu propósito, meu foco mudou para o cachorro.

“Léo, pelo amor de Deus! Esse cachorro está perdido, a coleira tá arrebentada, vamos levá-lo com a gente para o hotel!”

Sabe quando a pessoa olha no fundo dos seus olhos, como se fosse te matar, e de repente vira para o outro lado, como que te ignorando? Pois é, foi assim a resposta do meu marido, silenciosa, mas cheia de barulho!

Liguei para ONGs da cidade, clínicas veterinárias, e nada.

E a chuva caindo na minha cabeça. Fui até o carro pegar um cobertor para o cachorro, quando, de repente, ouço uma voz, um grito...

“Felipe, vemmmm”.

Só me faltava isso, o nome do cachorro era igual ao do meu ex chefe.

A essa altura do campeonato, meu marido já não suportava olhar para minha cara. Estava enfurecido e eu estava pensando como entraria no carro toda molhada.

“Léo, desculpe... é que...”

Ele nem me deixou terminar. Começou a bater no volante, gritar, brigar comigo. Sei lá, estava enfurcido demais.

Até que ele disse a frase... “Isso tudo é bobeira!"

Aquilo me machucou profundamente, mexeu com a minha fé. Fiquei chateadíssima e pedi para que encostasse o carro. Desci, olhei para a mata, agradeci, aceitei e me entreguei, senti uma paz dentro do meu peito. Entrei no carro e ficamos calados por uns cinco minutos.

Até que a chuva parou.

Léo, como se nada tivesse acontecido, sugeriu que fôssemos até o parque da cidade. Eu topei na hora, depois do que tinha feito ele passar...

Entramos no parque e eu resolvi me sentar na raiz de uma árvore gigante, ele se sentou ao meu lado. Enquanto eu respirava profundamente, Léo começou a me pedir desculpa. Nos abraçamos e ele encostou no tronco da árvore para tirarmos uma selfie...

MA-RI-AS DO CÉU...

O Léo estava com uma camiseta regata branca.

Assim que tiramos a selfie, saímos de mãos dadas e ele me perguntou:

“ Amor, tem alguma coisa nas minhas costas?”

MAAAARIASSSSSSS!!!!!!!

Era a maior concentração de formigas-saúva que já tinha visto na minha vida. A blusa branca estava marrom de tantas formigas... Sem demonstrar pânico, mas já sofrendo um ataque cardíaco, disse para ele calmamente... só que não!

“Pelo amor de Deus, Léo, tem umas cinquenta formigas nas suas costas! Tira a camisa! Você vai morrer! Vai ter um choque anafilático..." Bom, vocês me entendem, né, foi só um ataquezinho!

Ele arrancou a camisa, mas já tinha recebido umas dez picadas...

Na minha mente só havia uma explicação: “Ele mexeu com a natureza, mexeu com a minha fé, e as formigas atacaram ele”. Estávamos no mesmo lugar e nenhuma me atacou. Ele estava um caco, mas fiz questão de falar isso pra ele!

Voltamos frustrados para o hotel. Resolvemos dormir.

No dia seguinte, adivinha?

Um email...

“Maria, não foi desta vez. Muito obrigada pelo interesse na nossa empresa; se surgir outra oportunidade, entraremos em contato!”

Fui ao chão...

Chorei compulsivamente. Parecia que meu mundo tinha acabado. Não comi, não bebi e quis ir embora para casa.

Minha mente começou a trabalhar novamente...

”Você falou alguma coisa errada na entrevista...”

“A vaga era pra ser sua, é o seu destino!”

Bem, voltamos para casa. Fiquei de pijamas e comendo chocolate por uma semana, procurei uma terapeuta e comecei a meditar, mas, dessa vez, de verdade.

Com o passar dos meses, assimilei que a ansiedade atrapalha tudo. Assimilei porque eu já sabia disso, e como é difícil controlar a ansiedade!

Comecei a estudar francês, idioma que sempre quis aprender, e consegui controlar um pouco mais as viagens malucas da minha mente.

Numa quinta-feira, meu telefone toca...

“Maria?”

“Sou eu...”

“Aqui é a analista do RH da empresa “Você Sabe Quem...”

“AHHHHHHHHHHHHHHHHH”

Tenho certeza que dessa vez a vaga é minha! É minha!!! É minhaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

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Mariasssss, estava aqui controlando minha ansiedade, esperando o final dessa história para a gente poder comentar aqui.

Gente, sério! Quem nunca passou por uma situação parecida? A ansiedade pode, sim, atrapalhar nossos planos, porque, fatalmente, trocaremos os pés pelas mãos. O jeito é tentar respirar fundo e não nos deixar controlar pela sensação. Vamos controlar a mente, e não ser controladas por ela. É o que ouço da minha terapeuta.

Ahhh, e eu também pratico mindfulness, mudou a minha vida, tá? Super-recomendo.

Se você também se identificou com a nossa Maria da semana, me manda uma mensagem no @monicasimoestv. Vou adorar ler sua história de caos e de superação do caos.

Se a ansiedade bater, não se esqueçam: "Calma, Maria! Respira, Maria!" Sempre existe uma saída.

Que sua semana seja abençoada!

Um beijo, Marias.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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