Abraço de uma cobrinha e um beijo de uma sereia para iniciar o ano
Sabe aquelas pessoas que têm a mania de deixar tudo para a última hora? Bem, nossa Maria é assim
Maria do Caos|Do R7 e Mônica Simões
E aí, Mariassss!
Que delícia poder encontrar vocês logo depois do Natal; dá um quentinho no coração saber que muitas Marias, mesmo de férias, tiram um tempinho para ler o blog e mandam sugestões, histórias e mensagens de agradecimento. Fico muitoooooo feliz!
Recebi diversas mensagens de Marias que tiveram um Natal parecido com a da nossa Maria do interior de São Paulo. Que perrengue, né?!?
Bom, como sei que minhas Marias amam uma história de caos nas fesas de fim de ano, hoje vou contar mais uma. Esta vem direto do litoral de Pernambuco, com direito a várias tradições de Réveillon. Só digo uma coisa, por sorte, essa Maria não foi levada por uma onda.
Vamos comigo?
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Mais um dia 31 de dezembro e, como sempre, estou atrasada com tudo! Todo ano é a mesma situação, prometo que no próximo ano será diferente e que não passarei o último dia correndo igual a uma doida, mas não adianta. Sou aquele tipo de Maria que sempre se atrasa e deixa tudo pra última hora. Sim, eu admito meu erro! Mas, como já sou perita na arte de contar os segundos no ponteiro do relógio, sei exatamente o que fazer. Mas naquele ano, ahhhhh... tudo deu errado!
O ano foi 2018. Minha família resolveu passar a virada de ano na praia. Alugamos uma casinha e fomos todos: eu, meus pais, minhas duas irmãs, meu namorado e meus dois cachorros. Chegamos lá e minha mãe já foi logo dizendo que tinha que me adiantar porque na praia tudo seria mais difícil de resolver, dei de ombros e deixei a minha própria tradição responder por si só, ou seja, alerta de caos chegando!
Na manhã do dia 31, resolvi que escolheria a cor que passaria o Réveillon e saí com meu namorado para escolher o look. Estávamos em uma típica cidadezinha litorânea, sem muita estrutura, com chão de terra batido e tudo mais. Saímos de casa de mãos dadas e seguimos pelas ruazinhas de barro. Bem, para chegar até o centrinho, era preciso passar por um pedacinho de rua bem estreitinho cercado por mato de todos os lados.
Bem, o problema era que tinha chovido muito na noite anterior e, de manhã, o sol resolveu dar o ar da graça beeeem quente. Resultado? É que certos bichinhos gostam de secar a pele em espacinhos como aquele.
Quando fomos passar, demos de cara com uma cobra gigantescaaaaaaaaaa. Parecia um dragão. Eu paralisei geral, não conseguia me mover. Rafa, meu namorado, não sabia se corria, se gritava ou se desmaiava. Ele fez um movimento que parecia uma dancinha, abriu as duas pernas e foi pulando para trás. Berrou, pediu ajuda... e olha que a pobre da bicinha nem se moveu.
Um homem ia passando do outro lado e viu a cena. Ele atravessou a rua e, com um pedaço de pau, começou a cutucar a cobra, que continuou sem se mover. Marias, o que acontece a seguir é trágico.
Aquele moço, vendo que a cobra não se movia, acabou querendo arrancá-la de lá de qualquer forma; ele passou o pedaço de pau por baixo do corpo dela e a levantou.
Para tudo! Vocês conseguem imaginar o que aconteceu na sequência? Imaginem, eu, parada, paralisada e meu namorado provando que é um medroso. Sim, a cobra voou e grudou no meu pé... quase tive um treco, sério, pensei que fosse morrer ali, na hora.
Todo mundo entrou em pânico, e meu namorado, neste momento, resolveu fazer um escândalo.
"Maria, não se mexe, você vai morrer. Ela vai te picar e não tem hospital aqui nessa cidade."
E olha que nem venenosa era a cobra pra tanto drama.
É claro que não demorou muito para que eu desmaiasse, e quando acordei já estava sã e salva nos braços do Rafa, que tentava me acordar com um pedacinho de algodão com álcool.
Para o meu namorado, aquele momento era o fim da viagem, mas respirei fundo e agradeci por nada de pior ter acontecido comigo. Levantei e obriguei o Rafa a ir comigo na loja, afinal, o que mais poderia acontecer? Ahhhh... doce ilusão!
Chegamos à loja e fui experimentando tudo. Nada me servia! Culpa das delícias que minha mãe fez no Natal e claro que dei aquela exagerada no pratinho.
O centrinho não era grande e havia somente três lojas abertas no dia 31. Nada me serviu em nenhuma delas, resolvi que passaria de biquíni e saída de praia mesmo.
Voltei frustrada pra casa, e minha mãe foi logo dizendo...
"Eu te avisei, Maria!"
Sim, ela avisada todos os anos, mas eu não aprendia a lição.
O dia foi dando espaço para a noite e logo o relógio já avisava que a hora de virar o ano se aproximava. Aqui em Pernambuco, temos algumas tradições, como pular sete ondas, estourar uvas quando bate meia-noite...
Dez minutos para 2019 entrar e estávamos todos na praia, em frente ao mar. Eu, com sete uvas na mão e pronta para pular as ondinhas...
Dez, nove, oito, sete, seis... no cinco, estourei uma uva... Esse foi meu erro.
A tradição é clara: estoure as uvas quando zerar a contagem.
Estourei a uva, veio uma onda forte e me arrastou de um lado para o outro. O mar estava tão mexido que as ondas estouravam bem fortes na gente... Rafa tentou me segurar, mas também foi levado e ficamos os dois sem conseguir levantar por um tempinho.
Minhas irmãs riam, meu pai tentava puxar minha mão e minha mãe desistiu de cumprir nossa tradição, já que o mar não estava pra peixe.
Resultado: virei um ano quase virando sereia.
Depois dessa experiência, melhorei um tiquinho, mas ainda continuo com a velha mania de deixar tudo para a última hora.
Sai ano, entra ano... Ano novo e velhas manias. Só espero não ser engolida por um jacaré neste ano, já que vamos passar em Manaus, na casa de uma tia.
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Mariasssss, como assim uma cobra grudou no pé dela? E as uvas? Vocês têm alguma tradição de família?
Eu amo o Ano-Novo e sempre escolho uma cor para passar o Réveillon; neste ano, vou de verde, que representa a saúde física, mental e emocional, e vocês?
Desejo um ano lindo, com muitas bênçãos e sonhos realizados!
Obrigada por todo carinho e atenção!
Até ano que vem.
Um beijo, Marias!
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