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Papo de Paciente

O que nosso DNA pode revelar sobre nós?

Autoconhecimento traz poder, dá liberdade para cuidar melhor da saúde e tomar decisões mais conscientes

Papo de Paciente|Marcela VarasquimOpens in new window

Detalhe de micropipetador, instrumento utilizado para manejar DNA em pesquisas Adauto Nascimento / Banco de Imagens do HRAC

Dias antes do meu aniversário, abri meu e-mail e me deparei com um cupom de desconto para fazer um teste genético. Já tinha feito um exame obrigatório na época do diagnóstico do câncer de mama, mas esse era mais abrangente. E resolvi me dar de presente algo diferente: o autoconhecimento do meu próprio DNA.

O resultado me surpreendeu de muitas maneiras. Quem me conhece profundamente sabe que há duas semanas eu só falo disso (risos). Além de revelar minha ancestralidade e as rotas migratórias percorridas pelas gerações da minha família (assunto para outro momento, prometo), o teste escancarou predisposições genéticas a doenças que posso desenvolver ao longo da vida.

Tem gente que tem medo de descobrir. Eu, depois de enfrentar uma doença grave, perdi esse medo. Pelo contrário: quero me apropriar do meu corpo, entender meus genes, investigar minhas emoções.

“Acredito que o autoconhecimento é um caminho sem fim — e extremamente revelador."


Entre tantas descobertas, uma me marcou profundamente: tenho um gene recessivo associado a sangramentos gastrointestinais, especialmente após o uso de anti-inflamatórios. Em março, tive um episódio grave de sangramento no estômago. Foram quatro úlceras ativas, internação na UTI e uma longa recuperação. Desde então, venho sendo acompanhada por uma gastroenterologista.

Na última consulta, levei o resultado do teste. Ela leu, franziu a testa e disse: “Nunca ouvi falar desse gene”. Anotou o nome do teste, ficou impressionada e comentou que também pretende fazer. Juntas, entendemos que, sim, havia uma explicação genética para tudo que aconteceu — sem ignorar, é claro, os fatores externos que também contribuem.


Saí do consultório com algumas certezas: não devemos depender apenas dos especialistas. É claro que eles são indispensáveis, mas muitas respostas, apenas nós mesmos, com empoderamento e busca ativa, podemos ter sobre nós.

Isso me conduz a outra constatação: a de que o autoconhecimento traz poder. Ele nos dá liberdade para cuidar melhor da saúde, tomar decisões mais conscientes e viver com mais autenticidade.


“Nunca vou desperdiçar uma oportunidade de me conhecer. Porque, no fundo, conhecer a si mesma é também uma forma profunda de conhecer a vida.”

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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