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Cambistas agem como traficantes de drogas: sempre há chefão por trás do esquema milionário

Combater cambistas é como enxugar gelo e prender "aviãozinho" ou "mula" do tráfico: quem banca o esquema são grandes máfias 

Entretenimento|Marco Antonio Araujo, do R7


Fãs, entre muitos cambistas, enfrentam longas filas para comprar ingressos do show de Taylor Swift, no Allianz Parque
Fãs, entre muitos cambistas, enfrentam longas filas para comprar ingressos do show de Taylor Swift, no Allianz Parque

Gostaria de encontrar um brasileiro que defenda cambistas, além de familiares dos próprios. Dir-lhes-ia poucas e boas. Junto com os famigerados “flanelinhas”, são uma unanimidade negativa nacional, ninguém gosta deles. Alguns são até agressivos e praticam achaque e coação, além da roubalheira pura e simples.

O cambismo é um crime contra a economia popular, previsto em lei própria, a de número 1.521, promulgada pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1951. Vem de longe essa praga de carrapatos e sanguessugas, agora cibernéticos.

Mas parece que as autoridades de segurança pública não estão preocupadas em conter esses parasitas do lazer alheio. Até porque, sabemos, é como enxugar gelo, tirar “aviõezinhos” das biqueiras ou combater “mulas” do tráfico de drogas. O “sistema” é bem maior que isso.

E o motivo é simples: quem ganha dinheiro para valer, dinheiro bruto, com essa atividade ilícita são, como sempre, mafiosos, que nunca são pegos ou importunados em suas vidas luxuosas. Dizem por aí que as próprias empresas que organizam o show bizz estão por detrás desse esquema criminoso. No futebol, cartolas de clubes e suas organizadas agem em comunhão para depenar o verdadeiro torcedor.

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Que cidadão, desses que foram detidos na blitz realizada pela polícia de São Paulo na segunda (19) – até pelo fato de estarem numa fila gigantesca, debaixo de chuva, ralando – tem cacife para investir, digamos, na compra de modestos 20 ingressos na pista premium para ver Taylor Switf? O preço unitário está em torno de R$ 1 mil. Vinte mil reais, nessa hipótese mesquinha, de baixíssima escala. Malandro é malandro, mané é mané.

Mas, na hora de fechar a conta dos ingressos revendidos (o exemplo acima chegou a ser oferecido nas redes sociais por R$ 6 mil), é dinheiro pra caramba se pensarmos que qualquer show ou evento de grande apelo esgota milhares de ingressos em segundos quando comprados pela internet. Tem que ter cachorro grande por trás. E tem.

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Na venda presencial, filas gigantescas de fãs abrigam esses terceirizados do monopólio da exploração. Entre os que foram detidos em São Paulo, havia pai de família desempregado que ganhou cenzinho para ficar na fila. Um coitado. Cadê o chefão?

Claro que damos todo apoio para iniciativas governamentais que pelo menos deixem esses oportunistas um pouco cabreiros e menos debochados e arrogantes. Mas aqui entre nós, parafraseando a sabedoria popular, não tem plantação de maconha na favela. Nem cambista, debaixo de toró, usando Rolex.

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