‘The Alto Knights’: De Niro brilha em filme de máfia que retrata vida de Frank Costello
Novo filme de Barry Levinson estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20)
Cine R7|José Pedro dos Santos*

Máfia é um dos temas mais revisitados do cinema, talvez pelo seu apelo de época, talvez pela possibilidade de criar histórias realísticas de não-ficção ou talvez pela nossa vontade de torcer para os vilões de vez em quando.
Guiados por isso, Barry Levinson (diretor de Rain Man e Bom Dia, Vietnã), se juntou a Nicholas Pileggi, roteirista do clássico Os Bons Companheiros, e Robert De Niro (um dos maiores atores do gênero) para fazer The Alto Knights - Máfia e Poder, longa que está na gaveta desde a década de 70 e que chegou aos cinemas nesta quinta-feira (20).
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O filme conta o final da carreira de crime de Frank Costello (Robert De Niro), conhecido como o Primeiro-Ministro do Submundo, e sua rixa com Vito Genovese (também interpretado por De Niro), outra figura gigante do crime nova-iorquino.
Os mafiosos eram amigos de infância e entraram para o crime juntos. Após Genovese se tornar capo di tutti capi (chefe de todos os chefes), ele precisa fugir da justiça por conta de um caso de duplo homicídio e por isso se muda para a Itália, o que faz Costello assumir o cargo.
Durante a sua “gestão”, Costello conseguiu criar um sistema onde todos lucravam. Porém, tudo muda quando Genovese retorna e quer de volta o cargo de chefe da família, chegando a passar a linha quando arquiteta um atentado contra a vida do amigo.
The Alto Knights segue a mesma premissa de O Irlandês, dirigido por Martin Scorsese, que também tem De Niro no papel principal. Desta vez, a fórmula não funcionou tanto, apesar de ter um bom enredo e ótimas atuações.
O longa acaba virando um filme de nicho, focado em quem já conhece a história de Costello. Por exemplo, não explica por que o seu apelido é “Primeiro-Ministro do Submundo”, que vem das suas conexões, que iam de políticos republicanos de Nova York às gangues da cidade.
A escolha de De Niro para os dois papéis é o que gera mais confusão. Frank e Vito não são irmãos perdidos e nem parentes parecidos, então não há muito sentido em fazer todo um trâmite para o ator fazer ambas as personagens.
Em entrevista para o CBS Morning, Robert afirmou que para gravar as cenas com os dois mafiosos, outro ator intercalava com ele os personagens, pois De Niro não gosta de atuar sozinho. Nesta entrevista o ator também comentou que a ideia antes era trazer Al Pacino, outro grande ator do gênero, para contracenar com De Niro. Porém, depois a ideia mudou e ele assumiu ambos os personagens.
Uma possibilidade é que a ideia de utilizar a fase final da vida de Frank Costello e Vito Genovese, tenha a intenção de aproveitar mais Robert De Niro em minutagem de tela. E o ator dita o ritmo do filme.
Além de De Niro, outros destaques de atuação ficam Kathrine Narbucci, que faz a esposa de Vito, Anna Genovese, e Cosmo Jarvis, que interpreta Vincent “Gigante”, o faz-tudo do mafioso.
Por fim, a fotografia e caracterização do filme são ótimas, trazendo a estética da época com maestria.
*Sob supervisão de Lello Lopes