Roger Corman era o rei dos filmes B. Mas brilhou mesmo revelando talentos para Hollywood
Diretor e produtor morreu aos 98 anos na última quinta-feira
Roger Corman, que morreu aos 98 anos na última quinta-feira (09), era conhecido com o rei dos filmes B. Mas a importância do diretor e produtor para Hollywood vai muito além de ter transformado baixos orçamentos em arte (muitas vezes de qualidade duvidosa) e dinheiro.
Uma das marcas registradas de Corman foi sua capacidade de descobrir e desenvolver talentos emergentes. Ele deu início às carreiras de diretores como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Ron Howard, Joe Dante, Jonathan Demme e James Cameron, por exemplo. Da mesma forma, ajudou a lançar atores como Jack Nicholson, Peter Fonda, William Shatner, Dennis Hopper e Bruce Dern, entre outros.
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Corman também distribuiu nos EUA filmes de diretores estrangeiros consagrados, como o italiano Federico Fellini, o sueco Ingmar Bergman, o francês François Truffaut e o japonês Akira Kurosawa. Ele foi fundamental para abrir as portas do mercado norte-americano para esses diretores.
Nascido em 1926 na cidade de Detroit, Corman começou sua carreira como office-boy na 20th Century Fox antes de se aventurar na produção e direção de filmes B. Com sua habilidade em lidar com orçamentos modestos, ele produziu e dirigiu centenas de filmes ao longo de sua carreira, muitos dos quais se tornaram clássicos cult e inspiraram futuros cineastas, como Quentin Tarantino.
“Existem muitas restrições associadas ao trabalho com um orçamento baixo, mas ao mesmo tempo existem certas oportunidades”, disse Corman em um documentário de 2007. “Você pode se arriscar um pouco mais. Você pode experimentar. Você precisa encontrar uma maneira mais criativa de resolver um problema ou apresentar um conceito.”
Na direção, sem dúvida o seu filme de maior sucesso foi A Pequena Loja de Horrores, de 1960, uma comédia de horror com um jovem desajeitado cuidando de uma planta carnívora que quer comer carne humana. O último trabalho atrás das câmeras foi em Frankenstein, o Monstro das Trevas, de 1990.
Na produção, o nome dele é ligado a quase 500 filmes, com muita tranqueira do tipo Piranhaconda, Um Leprechaun Muito Azarado, Carnossauro e A Mulher Vespa, por exemplo.
Aqui no Cinema de Segunda já contamos a história de quando ele ajudou um produtor espertalhão a passar uma rasteira na Marvel para ficar com os direitos do Quarteto Fantástico.
“Ele era generoso, de coração aberto e gentil com todos aqueles que o conheciam. Quando questionado como gostaria de ser lembrado, ele disse: ‘Eu era um cienasta, só isso’.”, disse a família de Corman em comunicado oficial.
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