‘Tubarão’ faz 50 anos: saiba como Steven Spielberg e John Williams mudaram a história do cinema
Filme foi um sucesso imenso de bilheteria e ditou os novos rumos da indústria

“Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum-tum-tum-tum-tum”. Duas notas e uma sensação de terror crescente. Tubarão, que estreou há exatos 50 anos, mudou a história do cinema para sempre. Mas como o diretor Steven Spielberg, o compositor John Williams e o estúdio Universal conseguiram isso?
Uma mistura de ousadia, sorte e genialidade contra as adversidades fizeram com que o filme arrebentasse os números de audiência, criasse o conceito de blockbuster e moldasse boa parte da indústria do entretenimento até hoje.
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Como surgiu a história
Tubarão é inspirado em um romance de sucesso publicado por Peter Benchley em 1974. O autor, apaixonado por tubarões, sempre teve a ideia de escrever uma história sobre um ataque dos animais a banhistas.
O livro começou a tomar forma quando Benchley leu sobre um pescador que encontrou um tubarão de cerca de 2 toneladas em 1964. Apenas em 1971 ele conseguiu uma editora e o financiamento para escrever.
A trama do filme
A história do filme se passa na cidade praiana de Amity Island, que é atacada por um grande tubarão branco durante as férias de verão. Apesar do chefe de polícia Martin Brody pedir o fechamento da praia, o prefeito Larry Vaughn (Murray Hamilton) decide mantê-la aberta.
Quando o tubarão ataca novamente, uma equipe formada pelo chefe de polícia Brody, o oceanógrafo Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e o caçador Quint (Robert Shaw) vai atrás do bichão.
Bruce, Steven e John
A grande estrela do filme deveria ser o tubarão. Para isso foram criados três modelos mecânicos, que seriam usados durante as filmagens. Entretanto, as geringonças, que receberam o nome de Bruce, não funcionavam direito, aparecendo com muita artificialidade em tela.
Foi então que Spielberg e Williams mostraram ao mundo a sua genialidade. Eles praticamente tiraram o tubarão de cena, fazendo com que a ameaça fosse dada pela trilha sonora e pela câmera subjetiva, que fazia o espectador entrar no ponto de vista do animal.
O resultado é um filme extremamente tenso, marcado por um dos temas mais icônicos da história do cinema.
O primeiro blockbuster

Além de uma história muito bem contada, Tubarão também teve uma agressiva e inédita campanha de marketing para ter sucesso.
A Universal, estúdio responsável pelo filme, gastou milhares de dólares em propagandas no horário nobre na televisão, algo bastante incomum na época, além de ter lançado vários produtores relacionados a Tubarão.
A campanha maciça, com trailers impactantes e cartazes icônicos (como o tubarão subindo em direção à nadadora), gerou expectativa e medo. A frase “Você nunca mais vai querer entrar na água” aumentou o hype.
O longa foi lançado em mais de 400 salas de cinemas, o que também fugia do padrão. E a decisão de estreá-lo no verão americano consolidou o período como a principal data até hoje na indústria.
Dinheiro, prêmios e sequências
O resultado disso tudo: um tremendo sucesso. Tubarão foi o primeiro filme a ultrapassar a barreira dos US$ 100 milhões em bilheteria. No total, ele arrecadou mais de US$ 470 milhões mundialmente (equivalente a cerca de US$ 2,5 bilhões em valores ajustados pela inflação até 2025).
Tubarão foi indicado a quatro Oscars e levou três estatuetas para casa: Melhor Trilha Sonora Dramática Original (para John Williams, merecidíssmo), Melhor Som e Melhor Edição. Só perdeu o prêmio de Melhor Filme, que ficou com Um Estranho no Ninho.
É claro que com tanto prestígio e dinheiro o filme ganharia sequências. Foram três no total, que não chegam aos pés do original. Sem contar com centenas de cópias baratas e filmes inspirados, que vão de Orca: A Baleia Assassina à franquia Sharknado.
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