Nova biografia conta como bullying e abuso moldaram personalidade maníaca agressiva de Elon Musk
Ânsia por controle total, falta de empatia e filhos secretos fazem da vida do homem mais rico do mundo um relato irresistível
Estante da Vivi|Vivian Masutti, do R7 e Vivian Masutti
Após ter contado a história de gênios como Leonardo Da Vinci, Benjamin Franklin, Albert Einstein e Steve Jobs, o jornalista e escritor Walter Isaacson dedicou dois anos do seu trabalho a levantar informações sobre a vida do homem mais rico do mundo, segundo lista da Forbes deste ano: Elon Musk, detentor de US$ 267,6 bilhões, ou cerca de R$ 1,3 trilhão.
O resultado é um catatau de mais de 600 páginas publicado no Brasil pela Intrínseca, por R$ 99,90, com tradução de Rogerio W. Galindo.
“Um menino duro, mas vulnerável, com uma tolerância extremamente alta ao risco, um desejo por drama, um senso épico de missão e uma intensidade maníaca que era insensível e às vezes destrutiva”, descreve o biógrafo, em certo trecho do livro, colocando em evidência a importância da infância turbulenta de Musk para o adulto que ele é hoje.
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O bilionário foi vítima de bullying durante anos e chegou a ser hospitalizado por uma semana após um episódio especialmente violento. Mas o maior abuso sofrido veio mesmo do pai, Errol Musk, um engenheiro delirante e perverso que chegava a dar sermões nos filhos durante horas.
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Nesses episódios, chamava-os de inúteis e patéticos, conta a irmã, Tosca. Mesmo assim, Musk decidiu morar com o pai dos dez aos 17 anos. Depois, afastou-se. Mas viveu para ler um email do progenitor lhe pedindo dinheiro pois "passava frio e estava sem eletricidade".
A instabilidade da infância vivida na África do Sul se refletiu na personalidade do bilionário adulto: Musk tem como característica alternar rapidamente de humor, oscilando entre severo e brincalhão, desapegado e emotivo. Mas sempre atuando no que ele chama de “modo de crise”, com o qual atua de maneira maníaca tendo sempre em vista o controle total de seus empreendimentos.
No início de 2022, após a SpaceX realizar 31 lançamentos de foguetes bem-sucedidos e a Tesla vender milhões de carros, ele se tornou o homem mais rico do mundo. Nessa época, Musk reconheceu ao biógrafo que sabia de seus traços compulsivos. Mas não lhe contou que estava secretamente comprando o Twitter.
“Tenho o péssimo hábito de morder mais do que consigo mastigar”, disse, depois, a Isaacson.
Talvez a frase possa se adaptar também à sua vida pessoal. Foi casado várias vezes e teve dez filhos — muitos de maneira secreta, o que dá a entender que esse número pode ser maior. Uma delas é transgênero e tem relação turbulenta com o pai, que a define como “comunista”.
O bilionário teve inclusive um caso com a atriz Amber Heard, em 2017, depois que ela se separou de Johnny Depp, e lhe pediu que se fantasiasse como a personagem Mercy, do videogame Overwatch. O que a atriz não gostou é que ele compartilhou a imagem no X, antigo Twitter.
Barraco mesmo Amber fez no ano seguinte, quando os dois passaram o Réveillon no Rio. A atriz se trancou no quarto e começou a berrar que Musk havia tomado seu passaporte e que temia ser agredida. Para seu irmão, Kimbal Musk, Elon tem tendência a relações "sombrias".
Nas páginas finais do livro, o biógrafo (mais reconhecido no mundo) resume sua obra — que, apesar de consentida, não tem nada de chapa-branca.
“Às vezes, os grandes inovadores são filhos homens que procuram riscos e que resistem ao treino para usar o penico. Eles podem ser imprudentes, dignos de nota e às vezes até tóxicos. Eles também podem ser loucos. Loucos o suficiente para pensar que podem mudar o mundo.” Louco, cruel, imaturo: estas não são falhas; são características do gênio criativo.
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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.