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Patricia Lages

Escola do Recife e Universidade de Brasília testam honestidade de alunos com venda de picolés

Sorvetes foram postos à venda sem nenhum atendente, confiando-se na honestidade dos estudantes. Veja o resultado

Patricia Lages|Do R7

'Honestidade não se promete, se pratica!', dizia colégio do Recife
'Honestidade não se promete, se pratica!', dizia colégio do Recife

Diversos experimentos sociais foram realizados em escolas, universidades, comércios e até mesmo nas ruas. Basta pesquisar na internet para encontrar vários deles: deixar a carteira cair para ver quem a devolve e quem a toma para si; devolver troco a mais para saber a reação das pessoas; pôr produtos à venda sem atendente, contando que as pessoas pagarão por eles mesmo assim.

O Colégio Madre de Deus, no Recife, e a Universidade de Brasília resolveram fazer testes similares para conhecer a honestidade de seus alunos. Ambos puseram picolés à venda sem nenhuma intervenção humana, confiando apenas na honestidade dos alunos para receber o pagamento.

O colégio estendeu o teste por três semanas e divulgou o resultado por meio do Gráfico da Honestidade, com os seguintes resultados: na primeira semana, foram postos à venda 312 picolés, dos quais 197 foram pagos (63%) e 115 foram levados sem pagamento (37%). Na segunda semana, 234 picolés foram disponibilizados e, dessa vez, 135 foram pagos (57%) e 99 não (43%). Na última semana de teste, foi registrado o pior resultado: dos 364 picolés postos à venda, apenas 142 foram pagos (39%) e 222 não (61%).

Na UnB (Universidade de Brasília), a experiência foi feita durante 22 dias, mas, diferentemente da escola, no local da venda dos picolés havia um cartaz com os dizeres “Picolé da verdade, o picolé que diz a verdade sobre você”, já dando a ideia de que se tratava de um teste. Mesmo assim, houve um dia em que, dos 199 picolés à venda, somente 68 foram pagos, ou seja, apenas 34% dos universitários foram honestos e pagaram os R$ 2 cobrados pelo produto. 


O Gráfico da Honestidade da escola recifense foi divulgado por meio de um panfleto, que dizia no final: “Honestidade não se promete, se pratica!”. Já na UnB, o percentual de não pagamento foi chamado de “taxa de esquecimento”, e um dos idealizadores do teste, o aluno Marcos Gabriel, comentou: “Se quer acabar com a corrupção, tem que partir de nós mesmos". Outra aluna da universidade complementou: “A corrupção começa de baixo, começa nas pequenas coisas. Uma pessoa que não paga R$ 2 facilmente vai desviar R$ 1 milhão".

Um país sem corrupção não se forma cobrando honestidade dos políticos, mas, sim, com um povo honesto, ético e de caráter firme. Não adianta cobrar a parte dos outros sem antes termos feito a nossa.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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