Champanhe: a fascinante história de como um acidente virou a bebida que amamos!
A bebida que hoje é sinônimo de luxo surgiu de um incômodo que teimava em criar bolhas e estourava garrafas
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O mundo do vinho está repleto de histórias fascinantes, cheias de reviravoltas históricas, descobertas surpreendentes e curiosidades que parecem saídas de um filme. Essa aqui é uma delas!
O champagne não nasceu de um plano metódico, mas sim de um problema persistente, transformado em triunfo pela curiosidade e determinação humana.
A bebida que hoje é sinônimo de luxo, celebração e “saber viver” surgiu, ironicamente, como um “vinho do diabo”, um incômodo que teimava em criar bolhas e estourava garrafas nas frias adegas da região de Champagne, na França.
Antes do século 17, os vinhos daquela região eram majoritariamente tintos e tranquilos (àqueles sem gás carbônico e bolhas). O clima mais frio, no entanto, frequentemente interrompia a fermentação do vinho no outono, deixando açúcares residuais. Quando a primavera trazia o calor, essa fermentação recomeçava dentro das garrafas, liberando dióxido de carbono.
Esse processo, a hoje famosa 2ª fermentação em garrafa, era temido: a pressão fazia as garrafas explodirem (o que chegava a causar sérios acidentes nas caves, justificando o apelido de “vinho do diabo” ou “salta-rolhas”), desperdiçando o produto.

O monge Dom Pierre Pérignon (1638–1715) era o mestre de adega na abadia beneditina em Hautvillers. Ele acreditava que o trabalho árduo o aproximaria de Deus e com isso ele conseguiria realizar seu sonho de criar “o melhor vinho do mundo”.
Algumas pessoas acreditam que ele “inventou” o champagne. No entanto, a verdade é que os monges de Champagne consideravam as borbulhas nos seus vinhos um grande problema e passavam a vida tentando evitá-las.
Pois, Dom Pérignon era um craque obcecado pela perfeição em fazer blends (misturas) e um zeloso controlador de qualidade, que fazia de tudo para eliminar essas bolhas.
Dom Pérignon introduziu muitas iniciativas:
✅ Pioneiro na mistura de uvas (Assemblage) de diferentes vinhedos (crus) para fazer um vinho de qualidade e consistência superiores, mesmo em colheitas irregulares;
✅ 1º a fazer vinho branco a partir de uvas vermelhas;
✅ Ele defendeu o uso de garrafas de vidro mais grossas (capazes de resistir à pressão);
✅ E 1º a introduzir as rolhas, que eram presas às garrafas com cordão de cânhamo embebido em óleo, técnica que ele teria observado no sul da França e que selava o vinho de forma mais eficaz, protegendo as preciosas bolhas.
Visionário, ganhou um lugar à mesa de Luís 14, o Rei Sol, graças a qualidade dos seus vinhos. E, apesar de não ter sido o criador do método de produção destes vinhos (“champenoise”), o trabalho deste artesão está perpetuado três séculos depois.
Mas você deve estar se perguntando, quem criou o champanhe, afinal.
O registro inicial da produção de vinho espumante intencional, fora da França, é creditado ao cientista inglês Christopher Merret em 1662, que documentou a adição de açúcar ao vinho para provocar uma 2ª fermentação, usando garrafas inglesas mais resistentes.
Na própria zona de Champagne, a produção começou a se estruturar comercialmente no início do século 18, capitalizando a demanda crescente da nobreza francesa e, crucialmente, da corte inglesa, que adorou a novidade borbulhante e se apaixonou por ela. Os produtores franceses finalmente entenderam o valor das “bolhas” e começaram a produzi-las intencionalmente.

As primeiras vinícolas produtoras a se lançarem no mercado, transformando o “acidente” em arte e negócio, foram as casas de mercadores que, ao longo do século 18, estruturaram a produção e o comércio. São elas:
- Ruinart (1729): Fundada por Nicolas Ruinart, é amplamente considerada a Maisonpioneira de Champagne.
- Chanoine Frères (1730): Hoje Chanoine Tete-de-Cuvee.
- Taittinger (anteriormente, a Forest & Fourneaux, 1734)
- Moët & Chandon (1743): Fundada por Claude Moët, que soube aproveitar a rota de fornecimento para a realeza.
- Veuve Clicquot (1772): Embora o nome Veuve Clicquot tenha se consolidado posteriormente com Barbe-Nicole Ponsardin, a Casa foi estabelecida neste ano.

A grande virada técnica, contudo, viria no século XIX com outra mulher brilhante, Madame Clicquot (tem um filme dela que eu trago aqui em breve). Foi ela quem, por volta de 1810, revolucionou a estética do espumante e popularizou o processo de remuage (viragem das garrafas) e dégorgement (degola), tornando o champanhe cristalino e comercialmente viável, solidificando a revolução iniciada por Dom Pérignon.
Assim, o champanhe deixou de ser um erro explosivo para se tornar um ícone da celebração, uma dança de bolhas criada pelo acaso, aperfeiçoada por monges, popularizada por mercadores e finalmente refinada por mulheres de negócios, marcando a história do vinho para sempre.
Santé🍾🥂🍾🥂!
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