Caetano e Bethânia: a conexão de irmãos que juntou gerações em BH em ode à MPB
Turnê é consagração das carreiras dos artistas e convite para refletir sobre as relações familiares
Eu deixo uma pergunta para quem não é filho único: você já parou para pensar qual é a memória mais marcante com seus irmãos?
Eu saí do estádio Mineirão, em BH, neste sábado (07), com essa pergunta na cabeça após o show apoteótico de Caetano Veloso e Maria Bethânia.
O nome simples e direto da turnê mostra a conexão dos irmãos. Caetano & Bethânia. Uma bela forma de consagrar duas grandes carreiras musicais.
Caetano, de 82 anos, e Maria Bethânia, de 78, não ganharam fama cantando em dupla, assim como é mais frequente quando se tem parentes fazendo sucesso.
Ao longo da carreira, fizeram projetos juntos, mas cada um trilhou sua própria jornada. Desta vez, as semelhanças e diferenças se encontraram no palco. Um completando o outro. Uníssonos.
Com o Mineirão lotado, a “dupla” não poupou esforços e abriu o show com o clima para o alto. O público bradou “eu vou” com o clássico Alegria, Alegria.
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O espetáculo foi dividido em quatro partes. A abertura com os irmãos juntos. Em seguida, Caetano emendou sucessos da carreira. Maria Bethânia fez o solo depois. Por fim, os dois se reencontraram no palco.
Na plateia, pessoas de todas as idades carregavam referências de diferentes gerações.
A todo tempo, canções românticas intercaladas com hits dançantes. Uma ode à música popular brasileira. Para completar, uma interpretação de Baby em homenagem à eterna Gal Costa.
Um encontro musical que me fez ter reflexões sobre os laços familiares. Eu, que tenho uma ótima relação com minhas irmãs, só conseguia pensar em quão extraordinária é a experiência de se reunir com essas pessoas que cresceram conosco e celebrar a carreira e o amor em comum pela música.
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