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Vendas de “foto na hora” no Centro de BH minguam após lançamento do novo RG

Profissionais que compõem a identidade sonora da Praça Sete, coração da cidade, usam a criatividade para driblar a mudança

Descubra BH|Pablo NascimentoOpens in new window

Rosana de Fátima Santana, foto na hora, belo horizonte
Rosana trabalha com "foto na hora" na Praça Sete há 16 anos Pablo Nascimento / R7

Ponto forte da identidade sonora do Centro de Belo Horizonte, o famoso “foto na hora, foto” vive um momento de declínio e pode deixar de existir.

Antes de explicar o motivo, vou contextualizar a força simbólica dos profissionais sobre os quais estou falando.

São vendedores que ficam de segunda a sexta-feira, na Praça Sete, coração da cidade, com o objetivo de conquistar clientes que precisam de fotos 3x4.

O local estratégico fica em frente à UAI (Unidade de Atendimento Integrado) Praça Sete, instituição dedicada a resolver diversos serviços para a população, como a regularização de documentos.


E para atrair quem precisa da foto para os documentos, os vendedores não poupam esforços com os gritos: “foto na hora, foto”. Dificilmente uma pessoa vai passar pelo Centro de BH sem ouvir a frase.

Dito isto, volto à ameaça que preocupa os vendedores. Ela veio com o lançamento da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). A produção do documento é feita por um sistema nacional unificado. O cidadão é fotografado na hora, pelos próprios funcionários responsáveis pelo registro.


O resultado da conta é simples: praticidade para quem precisa do documento e redução nas vendas de foto 3x4.

Passei uma tarde na Praça Sete conversando com as pessoas que marcam ponto lá diariamente para tentar laçar os clientes. Os relatos são os mesmos.


Uma dessas pessoas foi a Rosana de Fátima Santana. Uma mulher de meia idade, que mantém as unhas e cabelo sempre em dia e que trabalha no local há 16 anos.

“Foi minha filha que me trouxe para cá”, me contou sobre o início da jornada empreendedora no coração de BH. Antes, ela trabalhava como faxineira em um condomínio. Ela deixou o emprego de carteira assinada para tentar aumentar a renda e ter uma rotina menos desgastante.

“Antes, aqui dava dinheiro”, comentou antes de revelar que o cenário mudou. Segundo ela, o atendimento a uma média de 25 clientes por dia ruiu para apenas quatro.

E o que fazer para manter a família? Rosana começou a vender outros produtos, como aplique capilar e ouro. Tudo na hora. Vou deixar para ela mesma contar a história no vídeo abaixo:

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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