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Papo de Paciente

Caso Pirulla: por que estamos adoecendo mais cedo?

Doenças antes associadas à velhice agora atingem jovens, levantando um alerta urgente sobre os hábitos da nossa geração

Papo de Paciente|Marcela VarasquimOpens in new window

Caso Pirula: por que estamos adoecendo mais cedo? Licença Creative Commons

Não sou médica, tampouco cientista. Sou uma jornalista curiosa e inquieta — e também uma paciente oncológica que aprendeu a conhecer bem os corredores de hospitais, a linguagem dos exames e as conversas que surgem entre quem vive (ou sobrevive) à base de boletins de saúde. De tanto observar e ouvir, comecei a notar um padrão desconcertante: doenças que antes apareciam depois dos 60 agora estão batendo à porta de quem mal chegou aos 30. E essa percepção, infelizmente, não é só impressão.

Dados do Ministério da Saúde, divulgados pela Folha de São Paulo, mostram que, no Brasil, o número de internações por AVC (Acidente Vascular Cerebral) em pessoas com menos de 50 anos subiu de 33,3 mil, em 2008, para 44,1 mil em 2024 — um aumento de 32%. Estamos falando de um problema grave, muitas vezes incapacitante ou fatal, que costumava ser associado a idosos, mas que também afeta jovens em plena fase produtiva da vida. O mesmo tem sido observado em casos de infarto, câncer, doenças autoimunes e até demências precoces.

Um dos casos mais recentes e comentados é o do influenciador Pirulla, conhecido por seus vídeos sobre ciência e história, que está internado após sofrer um AVC. Jovem, ativo, com uma carreira consolidada e hábitos de vida que, ao que tudo indica, não se distanciavam do que se considera saudável. A notícia deixou muitos seguidores perplexos e reforçou uma pergunta já recorrente: o que está acontecendo com a nossa geração?

As respostas ainda não são definitivas. Alguns especialistas apontam para o impacto cumulativo do estresse crônico, do sono ruim, da alimentação ultraprocessada e do sedentarismo disfarçado por passos contados no celular. Outros olham para os fatores genéticos, e até ambientais: um coquetel moderno cujos efeitos a medicina ainda está começando a decifrar.


Diante desse cenário, fica meu apelo: que a ciência continue fervorosa em sua missão de investigar nossos hábitos, nossos genes, nossas rotinas. Que ela nos ajude a entender por que estamos adoecendo mais cedo. É um fato que nossa expectativa de vida aumentou, e estamos vivendo mais. Mas será que estamos vivendo melhor?

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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