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Homenagem à África foi iniciativa da Beija-Flor e de empresas brasileiras, diz Guiné Equatorial

Suposto patrocínio do país africano à escola de samba vem causando polêmica

Rio de Janeiro|Do R7, com agências

Com o enredo 'Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade', a Beija-Flor faturou o título neste ano
Com o enredo 'Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade', a Beija-Flor faturou o título neste ano

O governo da Guiné Equatorial emitiu um comunicado nesta quinta-feira (19) para desmentir que teria patrocinado a escola de samba Beija-Flor, campeã do carnaval carioca em 2015. Segundo a nota, a homenagem da escola de samba ao país foi uma iniciativa de empresas brasileiras que operam na Guiné Equatorial.

"Apesar do que foi publicado em numerosos meios de comunicação internacionais, a iniciativa de realizar esta homenagem a Guiné Equatorial não partiu do governo da Guiné Equatorial nem da Presidência da República. Trata-se de uma iniciativa que partiu das empresas brasileiras que operam na Guiné Equatorial, em conjunto com a escola Beija-Flor. Uma iniciativa que apoiamos”, diz o comunicado, assinado por Teobaldo Nchaso Matomba, ministro da Informação, Imprensa e Rádio e porta-voz do governo.

A nota não informa quais seriam as empresas brasileiras, mas integrantes da agremiação já mencionaram a Queiroz Galvão, a Andrade Gutierrez, a ARG e a Odebrecht, entre outras.

Procurada, a Odebrecht negou o patrocínio a Beija-Flor. A Andrade Gutierrez procurou o R7 e declarou "quenão deu qualquer tipo de patrocínio ou apoio financeiro ao enredo da Beija-Flor sobre a Guiné Equatorial".


No país cantado pela Beija-Flor, mais de 70% vive na pobreza

Ainda segundo o comunicado do governo, o país ajudou o desfile da Beija-Flor apenas com “material para o espetáculo, assim como informação sobre o país, a sua arte e cultura. Também participou, juntamente com a escola de samba Beija-Flor, a companhia de baile da Guiné Equatorial, Ceiba".


A Beija-Flor venceu o carnaval pela 13ª vez, com o enredo Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade.

O comunicado é uma resposta à informação de que a Guiné Equatorial, comandada há 35 anos pelo mesmo presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, teria patrocinado a Beija-Flor com cerca de R$ 10 milhões, conforme noticiaram o jornal brasileiro O Globo e o diário espanhol El Mundo.


No dia do desfile, o embaixador do país no Brasil, Benigno Pedro Matute Tang, limitou-se a dizer que empresários doaram poucas centenas de euros para a agremiação.

Na quarta-feira (18), durante a festa da vitória, o carnavalesco Fran Sérgio deu a mesma declaração divulgada hoje pelo governo da Guiné Equatorial, afirmando que o patrocínio partiu de empresas que atuam no país africano, mas sem citar as empresas. Para ele, “quem se incomoda com patrocínio é burro”.

A reportagem do R7 entrou em contato com a Beija-Flor sobre a informação de que construtoras brasileiras seriam os patrocinadores, mas a agremiação optou por não fornecer os nomes das empresas.

Em outras declarações, a escola disse que o enredo tem um enfoque "meramente cultural" e "não aborda o formato de governo do país". O regime ditatorial do país é acusado de violações dos direitos humanos por organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch.

Guiné Equatorial critica visão da África colonial

Na nota divulgada hoje, o governo da Guiné Equatorial critica quem "se interessa em manter este estereótipo colonial da África, de pandemias e guerras, incapaz de resolver seus problemas, necessitada de ajuda para sua subsistência e corrupta", e menciona em especial o jornal norte-americano The Wall Street Journal e a agência de notícias norte-americana Associated Press, que divulgaram uma fotografia do vice-ministro de governo, José Mba Obama, como sendo do presidente. O comunicado felicita a Beija-Flor pela vitória e o governo brasileiro pela realização do carnaval.

O presidente, segundo o texto, encontrava-se nesse dia em viagem de trabalho à República de Camarões, para participar da Reunião Extraordinária de Segurança do Comunidade Econômica dos Estados da África Central. O encontro tinha como objetivo pensar soluções conjuntas para conter o Boko Haram, organização extremista que atua no norte da África.

A apresentação na Sapucaí foi acompanhada pelo vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mangue, que é filho do presidente, de um camarote, e por outros membros do governo, segundo a representação diplomática da Guiné Equatorial no Brasil.

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