Carnaval na rua: o que deu certo e o que deu errado em 2019
Falta de banheiros químicos continua sendo a principal reclamação, embora prefeitura tenha prometido melhora neste ano
São Paulo|Marília Aguena, do R7

Já é fato: o Carnaval de rua de São Paulo entrou oficialmente na agenda de foliões de todo o País e até de fora dele. A estimativa de público para a cidade é de cinco milhões de pessoas, de acordo com dados da Prefeitura de São Paulo
Ainda tem o pós-Carnaval, mas já dá para fazer um balanço do que funcionou e do que precisa melhorar.
Falta de banheiros e multa por xixi na rua
A principal reclamação é a mesma de anos anteriores: falta de banheiros químicos.
A publicitária Ana Guedes foi em apenas dois blocos, mas pode constatar o problema. “Tive que andar muito para encontrar um banheiro e quando encontrei, não estava em condição de uso”, conta.
A prefeitura diz que "com a organização planejada para este ano, foi necessário um incremento em relação ao que foi inicialmente projetado. Desde o dia 2 de março, estão sendo disponibilizados 1.700 banheiros por dia no Carnaval de Rua, além de reorganizar a logística para remanejar os equipamentos onde há maior demanda".
Marcos Garcia também relata a mesma dificuldade. “Vi muita gente fazendo xixi na rua e não tinha ninguém autuando”.
Quem fiscaliza os foliões que não encontraram ou não quiseram usar o banheiro é a prefeitura e a Guarda Civil Metropolitana. Segundo a prefeitura, 488 pessoas foram multadas após serem flagradas urinando em local público.
Bloco que não apareceu
Depois de ter sido inscrito e com evento confirmado nas redes sociais, quem foi seguir o Bloco Meu Grandioso São Cristóvão teve de procurar outra alternativa. Os organizadores simplesmente não apareceram e não deram nenhuma satisfação.
Falta de sinalização
Depois da decisão da prefeitura de pulverizar as festas por vários pontos da cidade — e não apenas concentrá-las na Vila Madalena, Faria Lima ou região central, o que é um ponto positivo — a prefeitura pecou na falta de sinalização.
A Avenida Marquês de São Vicente estreou como no Carnaval com o Agrada Gregos, mas não tinha nenhuma sinalização para o motorista que não está acostumado a ver o endereço no circuito da folia. Quem tentava passar pelo local ficava confuso e o trânsito foi espremido em ruas tranquilas e estreitas como Rua da Várzea e Rua do Bosque.

Vendedores ambulantes
Foram 10 mil vendedores credenciados, o que dá mais segurança para os frequentadores sobre a procedência das bebidas e métodos de pagamento, como o uso de maquinas de cartão.
Segurança
Além dos furtos e brigas que estamos acostumados a ver nos blocos de rua, esse ano teve uma novidade: o golpe do bloquinho.
Bandidos que se passavam por vendedores usavam máquinas de pagamento e trocavam o cartão na hora de devolvê-lo para a vítima.
Mesmo quem percebia a “troca” na hora, já era tarde. Em menos de 10 minutos, os bandidos já tinham usado o cartão. No Rio de Janeiro, uma confusão no Bloco da Ludmilla deixou feridos.
Boom na economia
A prefeitura cadastrou 556 desfiles de blocos neste ano, deixando o Rio de Janeiro para trás, com 498 cortejos. O grande número em São Paulo atraiu o interesse de patrocinadoras das festas, o que possibilitou trazer artistas de peso que costumavam se apresentar nesta época apenas em grandes circuitos, como Salvador, Recife e Olinda. A principal patrocinadora investitu R$ 16,1 milhões na festa.

Quem também comemora a alta é o setor hoteleiro.
O SindHoteis (Sindicato das Empresas de Hotelaria e Estabelecimentos de Hospedagem do Município de São Paulo e Região Metropolitana) estimou que a taxa de ocupação nos hotéis na capital paulista no período de Carnaval foi de 70%, com picos de até 85%. “A região de Pinheiros, Vila Olímpia e Centro foram as mais beneficiadas, justamente por causa dos blocos de ruas nesses lugares”, contou o diretor do sindicato Ivan Baldini.
A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo é de que a folia tenha movimentado R$ 6,78 bilhões, além de ter gerado 23,6 mil vagas temporárias.
Diferentes estilos musicais
Do eletrônico ao axé: a edição deste ano agradou os mais diferentes gostos. A invasão do sertanejo e do funk também teve destaque.