Lô Borges foi um dos precursores do rock mineiro e deixou sua marca na música brasileira
Compositor do Clube da Esquina deixa legado do rock na música brasileira

Quando o mineiro Salomão Borges Filho, o Lô Borges, sentava com seus amigos para falar sobre Beatles e tocar violão. Na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, onde morava com seus pais e seus 10 irmãos. al sabia ele que ali se formava um dos núcleos mais importantes do rock mineiro (e brasileiro) e da MPB.
Era com um amigo, o Milton Nascimento, que Lô gostava de falar sobre música, sobre rock. Como tocava violão sem parar (foi Milton que o ensinou), resolveu começar a compor e mostrou as canções para Milton.
Uma delas, feita com Fernando Brant e Márcio Borges, foi a Para Lennon e McCartney, uma homenagem aos dois membros dos Beatles, de quem tanto falavam.
Nela, ao mesmo tempo que exalta a dupla inglesa, referência na música mundial, a letra também denuncia o “lixo cultural ocidental” e reafirma o poder e a beleza da cultura brasileira.
“Porque vocês não sabem do lixo ocidental
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Porque você não verá meu lado ocidental”
Lô, junto com Milton, é responsável pelo álbum Clube da Esquina, de 1972, o quinto álbum de estúdio de Milton e o primeiro de Lô. Estava ali não só um dos maiores álbuns da música brasileira como também a denominação de um grupo de compositores mineiros que fez e faz história.

Naquela época, não era comum a mistura de estilos, o que fez com que parte da crítica desprezasse o álbum. Nele estão MPB, jazz, folk, rock, psicodelia e música clássica. Tudo junto e muito bem misturado.
Com o sucesso, Lô lançou seu primeiro disco solo, conhecido como o disco dos tênis. Logo após, abandou por um período a música, retornando no final da década de 70 no Clube da Esquina 2, mas sem assinar a co-autoria do disco.
Depois foram tantos e tantos outros álbuns e sucessos, dialogando sempre com as novas gerações que viriam.
Lô Borges deixa seu legado não só no que se convencionou a chamar de MPB como, também, no nosso rock brasileiro. É dele, por exemplo, Um girassol da cor do seu cabelo, regravada posteriormente pelas bandas Ira! e Nenhum de Nós, e que tem todos os elementos que um bom rock precisa.
O rock nacional deve muito ao Lô Borges. Que ele esteja agora em um trem azul, olhando a paisagem pela janela em qualquer via-láctea.
Descanse em paz!
✅Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
