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Seal, sedã elétrico da BYD que duela com Tesla Model 3, chama atenção pela potência e preço de R$ 296 mil

Veículo acelera do repouso a 100 km/h em 3,8 segundos e promete autonomia de pelo menos 372 km de distância com bateria 100%

Garagem R7|Raphael Hakime, enviado a Shenzhen, na China* e Raphael Hakime


BYD Seal custa cerca de US$ 40 mil na China
BYD Seal custa cerca de US$ 40 mil na China

A montadora chinesa de carros híbridos e elétricos BYD apresentou, na semana passada, o Seal, sedã médio elétrico que se propõe a conquistar o cliente que sonha com um Tesla Model 3, mas não está disposto a pagar tanto pela importação de uma unidade da montadora de Elon Musk. Trata-se do sexto modelo da companhia chinesa em solo nacional.

O principal apelo da BYD com o Seal é a potência do motor, com seus 531 cavalos de potência — algo semelhante aos 571 cavalos que um Porsche Taycan oferece. Também colaboram a gama de tecnologia embarcada e, justamente, o preço: R$ 296,8 mil. Vale lembrar que sai bem mais caro que os cerca de US$ 40 mil praticados na China (cerca de R$ 200 mil).

Mesmo o "custo-Brasil" incluído, o Seal chegou com uma redução de ao menos R$ 400 mil em relação ao modelo mais comum da Tesla. Embutidos impostos de importação, taxas e o lucro dos revendedores independentes, o Model 3 custa cerca de R$ 730 mil atualmente.

Integrante da linha Oceano, que dá nome aos carros conforme os animais marinhos, o Seal (foca, em inglês) possui um design arrojado, associado a um carro esportivo baixo. Os farois afilados, o para-choque frontal equipado com uma série de LEDs, os vincos marcantes no capô, as linhas longilíneas que seguem a lateral, as rodas pretas com detalhes em prata e a lanterna inteiriça traseira do porta-malas são atributos que remetem a potência, segurança e estabilidade.

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No interior, a tela que fica atrás do volante traz informações sobre velocidade, tempo de aceleração, pressão dos pneus, entre outros, e tem, ao lado, uma central multimídia que mais parece um tablet. Ali, passageiro e motorista podem desde ajustar a temperatura e direção do ar-condicionado digital até determinar a música do seu tocador preferido via Bluetooth.

O câmbio, automático e digital, conta com os três comandos básicos: acelerar (D), neutro (N) e marcha à ré (R). O painel do Seal apresenta o mesmo conceito de fluidez do exterior, com aberturas que o atravessam de fora a fora. Os bancos da frente, feitos em couro sintético, têm formato que remete às poltronas gamers, enquanto o banco traseiro conta com uma costura feita em xadrez — longe de ser brega. 

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BYD Seal estreia com design arrojado, motor potente e preço salgado. Veja fotos:

Aceleramos o BYD Seal

A convite da montadora, a reportagem foi a Shenzhen, no sul da China, para testar o Seal num circuito montado com cones que incluía uma série de slalom — curvas à direita e à esquerda, em zigue-zague, com o objetivo de testar a estabilidade — e terminava com uma aceleração repentina a partir do repouso, seguida de uma parada brusca, até o zero, para analisar os freios.

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Foram seis horas ininterruptas de testes nesse circuito, com pelo menos 30 motoristas diferentes e sob temperatura de 38°C (a sensação no asfalto era muito acima disso). Quase sempre, o carro estava ocupado por quatro adultos, e, mesmo assim, cumpriu o que promete em aceleração.

A fabricante informa que o Seal vai de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Não havia distância suficiente no teste, mas a reportagem chegou a 70 km/h em menos de 3 segundos. O carro tem muita potência.

Os freios atendem imediatamente o comando do pé, e o veículo se mantém estável na tentativa de parar, sem arrastar. Nas seguidas curvas do slalom, não perdeu a traseira mesmo com aceleração em alta e com a intensa pressão nos pneus.

Quanto à dirigibilidade, o Seal vai bem em qualquer estrada, mas exigirá do condutor um pouco de paciência para a cidade. Esterçar o volante nem sempre é suficiente para manobras. Portanto, será necessário engatar a marcha à ré algumas vezes para entrar nas estreitas vagas de condomínios e estacionamentos das grandes cidades brasileiras.

Preço é obstáculo

Outro desafio de quem sonha com um Seal é o preço. Ainda que mais em conta que o Model 3, desembolsar quase R$ 300 mil ainda é um privilégio no Brasil. Para completar, quem compra qualquer elétrico precisa considerar a dificuldade que é recarregar o carro. O Brasil ainda engatinha quanto à capilaridade de postos de recarga rápida. Logo, percorrer longas distâncias é um entrave.

Se a estratégia de espetar um cabo que ligue o carro a uma tomada comum de casa leva horas para encher a bateria, encontrar um posto de recarga rápida pode ser uma experiência desoladora para quem quer completar rapidamente 100%. Mesmo assim, o processo requer quase uma hora.

O Seal, mesmo com autonomia de até 372 km, conforme o Inmetro, não escapa a essa regra.

Se você não se importar com todos esses obstáculos e estiver disposto a ter um elétrico, o Seal pode parar na sua garagem.

Ainda sem concessionárias no país e, portanto, sem venda direta ao brasileiro, o Model 3 está, sim, mais associado ao luxo e à sensação de exclusividade, mas o BYD Seal chega antes e aparece como solução em um território em que "tudo ainda é mato". Ou seja, o veículo mira uma fatia do mercado ainda inexplorada. Vale lembrar que, na área de tecnologia e inovação, quem chega primeiro costuma se dar bem e manter a dianteira por anos em relação aos rivais. 

*O jornalista viajou a convite da BYD do Brasil

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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