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Clássicos: George Harrison “Cloud Nine”

Após um longo hiato em sua carreira musical, o brilhante décimo primeiro álbum solo do ex-Beatle, marcou seu retorno triunfal ao mainstream

Toque Toque|LEO VON, do R7

George Harrison "Cloud Nine"
George Harrison "Cloud Nine" George Harrison "Cloud Nine"

Quando pensamos em George Harrison fora dos Beatles, geralmente lembramos de “My Sweet Lord” e de “All Things Must Pass”, seu primeiro lançamento após a separação da banda. “All Things Must Pass” é considerado por muitos, o melhor trabalho musical de um ex-Beatle. Todas aquelas composições guardadas que não tiveram vez diante a concorrência quase desleal com Lennon/McCartney na escolha de repertório dos Beatles, finalmente tiveram sua chance. Com tanto material, foi necessário cortar um Álbum Triplo. Mas por mais genial e celebrado que seja, meu disco preferido sempre foi “Cloud Nine”.

A sonoridade mistura Pop, Blues, Psicodelia e Rock’n Roll, passando por nuances sombrias e alegres. As guitarras de George em dueto com Eric Clapton, o ritmo de Ringo Starr, o piano de Elton John sob a direção de Jeff Lynne, entregam um direcionamento moderno (para os anos 80) em canções dignas de um álbum dos Beatles.

George Harrison com Jeff Lynne, Elton John e Eric Clapton ao vivo no "Prince’s Trust Rock Gala" em 1987
George Harrison com Jeff Lynne, Elton John e Eric Clapton ao vivo no "Prince’s Trust Rock Gala" em 1987 George Harrison com Jeff Lynne, Elton John e Eric Clapton ao vivo no "Prince’s Trust Rock Gala" em 1987

Desiludido com a indústria musical após o fracasso de “Gone Troppo” de ‘82, resolveu dar um tempo em sua carreira musical e passou a dedicar seu tempo à produção de filmes e outras “aventuras” que nem sempre deram certo. Fez uma música ou outra para caridades e projetos como para o filme “Porky’s Revenge!”, mas ficou relativamente quieto musicalmente.

Só que foi impossível se manter afastado daquilo que sabe fazer melhor.

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De Volta ao Estúdio

Jeff Lynne e George Harrison
Jeff Lynne e George Harrison Jeff Lynne e George Harrison

No final de 1986 já estava com aquele ímpeto de fazer música novamente. Entrou em contato com Jeff Lynne ex-integrante da banda Electric Light Orchestra para co-produzir o que seria seu próximo lançamento fonográfico depois de 5 anos. Para quem não sabe, a banda ELO foi chamada por John Lennon de “The sons of Beatles” (os filhos dos Beatles), que declaradamente diziam ter o objetivo de continuar onde os Beatles pararam. Jeff Lynne sempre foi um excelente produtor além de multi-instrumentista, compositor e cantor, e se tornou grande amigo de George nos anos 70. Também trabalhou com Ringo, Paul e também produziu o “retorno” dos Beatles em 1994, com “Free as a Bird” e “Real Love”. Mas o que originou todas essas parcerias foi “Cloud Nine”.

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Em Janeiro de ‘87 George Harrison entrou no estúdio de sua mansão em Friar Park ao lado de seu co-produtor e deram início às gravações. Além dos dois ícones também participaram nomes como Eric Clapton, Elton John, Ringo Starr, Jim Keltner e Gary Wright.

Retorno ao Mainstream

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As composições do disco foram todas assinadas por Harrison, exceto duas parcerias entre ele e Lynne, uma da dupla com Wright e a regravação de “Got My Mind Set On You”, uma música relativamente desconhecida dos anos 50 de Rudy Clark, gravada originalmente por James Ray.

Antes de sair o álbum, a versão foi lançada como single e, para a surpresa de todos, o primeiro #1 Hit de George Harrison desde 1973, marcando seu retorno ao mainstream.

“When We Was Fab” foi outro grande sucesso. Um verdadeiro tributo aos Beatles, evoca a fase psicodélica com uma brilhante produção, instrumentação e composição. No vídeo, participa também outro Beatle, Ringo Starr.

Capa do disco "Cloud Nine"
Capa do disco "Cloud Nine" Capa do disco "Cloud Nine"

Outro tributo ao passado é a própria capa do disco, que mostra George com sua Gretsch 6128 de 1957, que comprou quando ainda vivia em Liverpool, em 1961. Klaus Voormann que estava com a guitarra em Los Angeles, devolveu ao dono original quando ele a pediu de volta. Após a restauração do instrumento, foi inevitável ser a peça central da capa de “Cloud Nine”.

Mesmo com o sucesso do disco e o retorno de George aos holofotes, não quis dar continuidade com uma turnê, fazendo somente alguns shows esporádicos e para caridade. Esse também foi o primeiro trabalho que daria origem ao supergrupo The Travelling Wilburys, com George, Jeff Lynne, Tom Petty, Bob Dylan e Roy Orbison.

George Harrison abriu e fechou sua carreira solo com chave de ouro. Se “All Things Must Pass” marcou o início, “Cloud Nine” seu último disco lançado em vida marcou um fim triunfal, imortalizado pela genialidade do “Quiet Beatle” e seus amigos.

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