Queijos brasileiros conquistam o mundo: conheça os campeões de 2024
Queijo canastra, queijo minas e queijo coalho revelam a diversidade premiada dos queijos artesanais
Dia 20 de janeiro é o Dia Mundial do Queijo. E os queijos brasileiros estão fazendo bonito em diversos rankings mundiais. O Brasil está bem posicionado em dois grandes rankings: o Taste Atlas e o World Cheese Awards 2024.
Pelo Taste Atlas, os queijos coalho, canastras e minas foram os queijos brasileiros que entraram no ranking mundial. Literalmente, entraram no mapa-múndi do queijo.
Melhor colocado, o queijo coalho é mais salgadinho e firme, fica tostadinho no churrasco, sem derreter, e levou o 40º lugar. Neste ano, o queijo canastra ficou com o 53º lugar. É feito de leite de vaca cru, originário da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Tem um sabor levemente ácido e picante. Eu acho uma delícia.
Já o famoso queijo minas, branquinho e salgado, feito de leite de vaca cru pegou o 83º lugar. Quem não conhece ou não gosta desse queijo artesanal, feito de leite de vaca cru, com uma textura macia e esponjosa?! E o sabor varia muito de produtor para produtor.
O vencedor mundial foi o queijo português Queijo de Ovelha Amanteigado, que pegou o primeiro lugar no ranking do Taste Atlas, que é uma seleção formada por internautas. “Existe muito clubismo e regionalismo nessa seleção”, explica a queijista Juliana Cavalcante, da Lá no Interior.
“O queijo da Canastra é um queijo com características próprias, um queijo artesanal fabricado há 300 anos”, ensina ela. Por outro lado, ela explica a importância de falar sobre o queijo minas artesanal, cuja a forma de fabricação foi reconhecida como um patrimônio cultural imaterial. “Esse prêmio é importante para divulgar esse reconhecimento”, diz ela. “Precisamos incentivar a produção local com legislação e incentivos corretos para a cadeia do queijo”, afirma Juliana. “Isso facilitaria a exportação.”
No ranking do World Cheese Awards 2024, que divulgou os melhores do ano anterior, o queijo paranaense Passionata, maturado com infusão de maracujá, pegou o 9º lugar no ranking, enquanto outros 35 queijos nacionais também conquistaram medalhas. A lista reúne 14 finalistas que receberam as notas mais altas após a avaliação de um painel especializado de juízes.
Passionata também ganhou o título de Melhor Queijo da América Latina. O produto foi desenvolvido no Biopark, parque tecnológico em Toledo, no oeste do Paraná, que possui um projeto de queijos finos. O Passionata será fabricado e comercializado pela queijaria Flor da Terra. O World Cheese Awards avaliou 4.786 queijos de 47 países.
O queijo português Queijo de Ovelha Amanteigado, produzido pela Quinta do Pomar, na freguesia de Soalheira, foi eleito o melhor queijo do mundo em 2024. O queijo macio é feito de leite de ovelha cru e contém uma pasta cremosa que deve ser comida com ajuda de uma colher. Quando conheci esse queijo, também passei a achar o melhor do mundo. Ainda mais por ser de baixa lactose, por ser fabricado com leite de ovelha.
Além do Passionata, outros 35 queijos brasileiros também conquistaram medalhas no World Cheese Awards 2024. “Há muitos queijos tradicionais que ainda precisam ser conhecidos e reconhecidos”, afirma Juliana. “O reconhecimento é o primeiro passo para depois termos incentivos fiscais e logística”, diz ela. Confira as classificações
Super Ouro
Soberano – Queijaria Belafazenda (Bofete, SP)
Ouro
Gigante do Bosque Florido – Capril do Bosque (Joanópolis, SP)
Granito – Pé do Morro (São Paulo)
Sol do Japi – Pé do Morro (São Paulo)
Prata
Brie Faixa Azul – Vigor Alimentos (São Paulo, SP)
Cabra Negra – Capril do Lago (Valença, RJ)
Duzu – Queijaria Belafazenda (Barueri, SP)
Láurea – Biopark (Toledo, PR)
Lua Cheia – Serra das Antas (Bueno Brandão, MG)
Morro Azul – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
Queijo Alpino 2 meses – Queijaria Alpina (Corumbá de Goiás, GO)
Queijo tipo Gorgonzola Quatá – Quatá Alimentos (São Paulo)
Vale do Testo 6 meses – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
Bronze
Brebis de Pomerode – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
Brie Cremin – Savencia Brasil (São Paulo)
Cabra Blanca – Capril do Lago (Valença, RJ)
Camembert Faixa Azul – Vigor Alimentos (São Paulo)
Entardecer D’Oeste – Biopark (Toledo, PR)
Esmeralda da Cartucheira 6 meses – Quinta da Cartucheira (Cuiabá, MT)
Ovino – Fazenda Atalaia (Amparo, SP)
Pérola da Mantiqueira – Queijaria di Capre (Itanhandu, MG)
Piazinho – Pé de Morro (São Paulo)
Queijo 2 – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
Queijo Capim Mantiqueira – Laticinios Paiolzinho (Cruzília, MG)
Queijo do Jordão – Queijaria do Jordão (Pindamonhangaba, SP)
Queijo dos Mendes – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
Queijo Maturado com mofo azul e Limão – Laticínios São João (São João do Oeste, SC)
Queijo Minas Padrão Quatá – Quatá Alimentos (São Paulo)
Queijo tipo Brie Quatá – Quatá Alimentos (São Paulo)
Queijo tipo Gruyère Quatá – Quatá Alimentos (São Paulo)
Queijo tipo labneh de leite de ovelha para dietas com restrição de lactose – Casa da Ovelha (Bento Gonçalves, RS)
Queijo Tipo Pecorino Toscano Maturado 500 dias – Casa da Ovelha (Bento Gonçalves, RS)
Queijo Tipo Quark – Laticínios São João (São João do Oeste, SC)
Requeijão Vigor, Soft Cheese Requeijão Vigor – Vigor Alimentos (São Paulo)
Vale do testo 3 meses – Pomerode Alimentos (Pomerode, SC)
E 2024 foi mesmo o ano do Brasil no mundo do queijo. No Mundial do Queijo do Brasil 2024, Henrique Herbert, do Paraná, foi eleito o Melhor Queijeiro do Brasil.
O queijo é um alimento antigo, mas a origem da sua produção é um mistério. O vestígio mais antigo do queijo foi encontrado no Egito e tem 3.200 anos. Acredita-se que a descoberta acidental da coagulação do leite tenha levado à produção dos primeiros queijos.
Como servir queijo
- Tirar os queijos da geladeira com uma hora de antecedência
- Posicionar os queijos de massa mole no centro da tábua e os de massa dura na borda
- Acompanhar com pães italianos ou baguetes francesas
- Priorizar queijos artesanais em detrimento dos industrializados
Receitas com queijo
E quem não gosta de receitas queijudas e deliciosas?
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O Brasil garantiu 3 posições no Top 100 dos melhores queijos do mundo divulgado pelo Taste Atlas, guia mundial de gastronomia, avaliado por pessoas de vários países.
Veja mais detalhes dos brasileiros que aparecem na lista:
Queijo coalho (42º)
Tradicional queijo de leite de vaca da região Nordeste do Brasil, ele possui a textura firme mas elástica e a cor ligeiramente amarelada. O coalho costuma ser vendido em palitos para assar, pois suporta altas temperaturas e não derrete facilmente. É bastante consumido nas praias do país - com o sem orégano.
Canastra (54º)
Queijo brasileiro feito de leite de vaca cru, originário da área da Serra da Canastra, em Minas Gerais. O queijo cilíndrico é semi-duro ou ligeiramente mais macio, e seu sabor é levemente ácido e picante.
Tradicionalmente, o Canastra amadurece por 21 dias, mas alguns produtores o deixam amadurecer ainda mais, até 40 dias, quando seu sabor lembra o do Grana Padano.
Queijo minas (82º)
Recém-declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, é um queijo artesanal elaborado com leite de vaca cru, caracterizado pela textura macia, esponjosa e pela umidade. O sabor do queijo Minas é suave e levemente salgado, dependendo da maturação e da região de produção.
O campeão é da Itália
O italiano Parmigiano Reggiano foi eleito o melhor queijo do mundo. Ele é feito com leite cru semidesnatado, tem uma textura dura e arenosa e seus sabores variam de nozes a robustos e levemente picantes, dependendo de quanto tempo o queijo amadureceu.
O queijo é um alimento de grande valor cultural, nutricional e afetivo, e é apreciado em todo o mundo. A produção de queijo é responsável por movimentar a economia de diversas cidades brasileiras, especialmente em Minas Gerais.
Para celebrar o Dia Mundial do Queijo, pode-se harmonizar queijos e vinhos. Algumas dicas para degustar queijos são:
- Tirar os queijos da geladeira com uma hora de antecedência
- Posicionar os queijos de massa mole no centro da tábua e os de massa dura na borda
- Acompanhar com pães italianos ou baguetes francesas
- Priorizar queijos artesanais em detrimento dos industrializados
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