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Pai de cachorro

Chega: a morte do Golden Joca não foi uma fatalidade

É mais um caso que mostra o despreparo e a falta de cuidado com animais de estimação no transporte aéreo

Pai de Cachorro|Celso ZucatelliOpens in new window

Cachorro morto em voo tinha perfil nas redes: “Ansioso para andar de avião”

Se buscar no Google a palavra fatalidade, você vai encontrar definições como “acontecimento imprevisível, inevitável.” A morte do Golden Joca nesta segunda-feira poderia ter sido evitada. Bastava ele não ter sido tratado como bagagem e sim como ser vivo. Joca embarcou em Guarulhos, São Paulo, e deveria ter ido para Sinop, no Mato Grosso, mas foi perdido pela Gol e acabou em Fortaleza, no Ceará. Mandado de volta para São Paulo, morreu antes de ser encontrado por seu tutor. A Gol anunciou nesta terça, 23, que suspendeu a venda do serviço de transporte de animais por 30 dias no porão de aeronaves, até que as investigações sobre a morte do Joca sejam concluídas. E depois disso, eles voltam para o porão?

Passou da hora de alguém tomar providências para mudar este cenário do transporte de animais no Brasil. Isso pode ser feito por meio de leis, claro, mas, de verdade, não tem ninguém capaz de encontrar uma solução inteligente? Eles não são carga, são seres vivos e mesmo que o tutor não os chame de filhos, como eu, o amor por eles é gigante. Eu sou radical e defendo que eles sejam transportados na cabine. Cobrem o valor de uma passagem, definam poltronas específicas ou qualquer outra regra que garanta o bom convívio na aeronave, mas no porão não funciona, isso já tá mais do que provado.

É tão difícil assim para os gestores das companhias aéreas entenderem que o mundo mudou e nossa relação com os pets também? Na semana passada, a notícia de uma empresa aérea especializada no transporte de animais em que nós, humanos, somos os acompanhantes foi destaque em todos os portais de notícia e nas redes sociais. Enquanto algumas empresas estão atentas a este movimento, outras seguem sem olhar para o que o mercado quer.

Usem a criatividade, não sou engenheiro ou projetista de avião, mas busquem alguma solução eficiente para que outras famílias não passem pelo mesmo sofrimento do João Fantazzini, tutor do Joca, e de tantos outros que já viveram esta dor.

Este caso me deixou realmente triste. Além de acompanhar o desenrolar da investigação eu prometo pra vocês falar mais de transporte dos nossos pets por aqui. Hoje é mais um desabafo, mas vou trazer entrevistas com especialistas nos próximos textos. João, meus sentimentos.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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