Cientista encontra ‘rochas de plástico’ na Ilha da TrindadeFlipar|Do R703/01/2024 - 09h30 (Atualizado em 19/04/2024 - 19h56)twitterfacebooklinkedinwhatsappgoogle-newsshareAlto contrasteA+A-O nome parece estranho: rocha plástica. Mas, segundo os pesquisadores, é isso mesmo. E o FLIPAR explica nesta galeria por que essas rochas estão aparecendo em vários pontos do planeta. Desta vez, no Brasil. Flipar Geóloga formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernanda Avelar mapeou a Ilha de Trindade e descobriu rochas idênticas às naturais, mas compostas por material plástico originário de redes de pesca ou levado do litoral brasileiro pelas correntes marítimas. Flipar O Arquipélago de Trindade e Martim Vaz fica a 1.140 km do litoral de Vitória, a capital capixaba, no Oceano Atlântico. Do conjunto de ilhas, apenas a de Trindade é habitada. E a única localidade existente ali é o Posto Oceanográfico, guarnição militar da Marinha do Brasil. Flipar Essa foi a terceira visita da geóloga ao local, e o estudo foi publicado no periódico Marine Pollution Bulletin, da plataforma ScienceDirect, revista integrante do grupo Elsevier. Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar A pesquisadora explicou por que estão chamando o material encontrado de rochas e não de detritos plásticos. Segundo ela, há ' aparência, consistência e solidez semelhante às rochas naturais'. Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Flipar Ao lado da geóloga Giovana Rebelo, Fernanda Avelar analisa a interferência dessas rochas no meio ambiente. Para elas, 'animais marinhos podem confundi-las com alimento e ingeri-las, prejudicando sua saúde.' Flipar Flipar Flipar O local da descoberta fica perto da maior região de ninhos da tartaruga-verde do Brasil. Além disso, é habitat de aves marinhas e caranguejos, além de abrigar um ecossistema que inclui espécies endêmicas de peixes e diferentes conjuntos de recifes. Flipar Uma grande preocupação é que esse material pode resultar em micropartículas de plástico através de processos geológicos. Os microplásticos representam um problema mundial e já há evidências da sua presença até na corrente sanguínea do ser humano. Flipar Os detritos plásticos podem ser de três tipos: plastitone, plastiglomerados e piroplásticos. Por enquanto descrito apenas pelo grupo brasileiro, com poucos elementos naturais, o plastitone é quase inteiramente formado por plástico. Flipar Os detritos plásticos podem ser de três tipos: plastitone, plastiglomerados e piroplásticos. Por enquanto descrito apenas pelo grupo brasileiro, com poucos elementos naturais, o plastitone é quase inteiramente formado por plástico. Já os plastiglomerados são análogos a rochas sedimentares, formados com materiais minerais ou orgânicos, como pedaços de rochas e conchas, aglomerados e cimentados pelo plástico derretido, mas em menor quantidade. Geralmente são ásperos e densos – algumas amostras chegaram a 2 quilogramas (kg). Flipar Os piroplásticos podem ser originalmente uma das duas formações anteriores, mas já entrando em estado de erosão, com formas mais arredondadas. “As rochas desse tipo que estavam na praia foram erodidas principalmente pelas ondas”, observou Fernanda. Flipar “Na minha última visita à ilha, encontrei mais piroplásticos, o que indica que essas rochas já estavam mais erodidas e possivelmente liberando microplásticos [partículas de polímeros com menos de 5 milímetros]”, explicou a geóloga , alertando para o perigo. Flipar google-newsfacebooktwitterwhatsapplinkedinshare