Coronavírus foi detectado em uma asinha de frango, e daí?
Governo chinês emitiu um comunicado informando que achou vestígios de Covid-19 em embalagem de frango congelado, com origem brasileira. Mas isso quer dizer o quê?
É de comer|Do R7
Você come frango cru? Você manuseia o frango cru e, na sequência, passa a mão suja daquela meleca gosmenta no rosto? Se a resposta for negativa (espero), não há risco de contaminação. A Organização Mundial de Saúde já se pronunciou em diversas ocasiões sobre a improbabilidade de transmissão do vírus por alimentos. Ainda mais quando cozinhamos esses alimentos. O vírus não sobrevive a temperaturas acima dos 70 graus, que é quando começa a cocção. A China vem reiteradamente embargando lotes de proteína animal de origem estrangeira com o argumento de que amostras de covid-19 foram encontradas em embalagens. Em julho, proibiu a importação de produtos de seis frigoríficos brasileiros. Depois, foi a vez de vetar compra de frango de uma fabricante norte-americana. A “barrada no baile” da vez é a Aurora, terceira maior produtora de aves e suínos do país. A contaminação teria se dado no processo de embalagem, segundo A Associação Brasileira de Proteína Animal. A divulgação desses dados não ajuda em nada na prevenção da pandemia. Pelo contrário, só espalha desinformação e prejudica a indústria aviária, que vem sofrendo baques na queda da exportação, este ano.
As exportações de carnes suína e bovina tiveram alta de 34,2% e 23% respectivamente, em julho, em relação a julho de 2019, segundo balanço dessa semana do Ministério da Agricultura.
Já as exportações de carne de frango tiveram queda de 27,2% nesse período. Por isso a preocupação, que na onda do comunicado chinês, outros países decidam suspender a importação das aves brasileiras.
Engraçado é que surtos contínuos de gripe aviária ainda estão sendo registrados no Afeganistão, China, Taipei, Índia, Coréia, Filipinas e Vietnã. E pouco se fala disso. Aliás, nenhum alerta por parte da China, na mesma proporção. É de se pensar, no porquê.
Dito isso, deixo aqui, na minha coluna de hoje, dicas de onde comer um bom frango assado de delivery, em São Paulo. Afinal, se for bem assado e temperado, que mal tem?
Comecemos pelo galeto do Guarita, bar em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Bem temperado e macio, vem com uma saladinha de batata, vinagrete, farofa e duas long necks. Dá pra três pessoas. Aos finais de semana, o bar abre a partir das 16h e tem mesas ao ar livre, se você não quiser comer em casa.
Já o frango assado do Debetti é mais parrudo. Um frangão mesmo. Vem com batata bolinha assada e farofa. Dá pra umas 4 ou 5 pessoas. Peça em casa e reaproveite em salpicões, tortas, empadas durante a semana. É frango que não acaba mais. A pele é douradinha e a carne suculenta. O restaurante que fica no Morumbi, zona sul, ainda não reabriu para o público. Então, só há a opção delivery mesmo.
E tem o frango recheado do Borgo Mooca, no bairro homônimo, na zona leste. Ele é defumado na lenha e besuntado de tempos em tempos pelo churrasqueiro responsável. Só é feito aos sábados e domingos e é exclusivo do delivery. O da semana passada era recheado com farofa de pancetta, ovos e azeitonas.
Tudo uma delícia. Sem coronavírus. Para mais dicas, entra lá no meu instagram, o @ehdecomer.
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