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Na Mesa com Cerveja

A história das mulheres que fermentaram a tradição

Da Mesopotâmia antiga às cervejarias modernas, mulheres moldaram e conquistaram o mundo da cerveja

Na Mesa com Cerveja|Leopoldo de MoraesOpens in new window

Mulher cerveja Gerada pelo Canva

“Cerveja é coisa de mulher”! Sim, senhores, ela é predominante no universo masculino. Eles estão à frente das grandes corporações fabricantes e são o público-alvo das peças publicitárias, mas nem sempre foi assim. Isso mesmo, se hoje você pode chegar e beber uma boa cerveja gelada, agradeça às mulheres! Elas criaram e aperfeiçoaram essa maravilhosa bebida, que é uma das mais antigas e consumidas no planeta, ficando atrás apenas da água e do café. E tudo isso começa mais ou menos assim...

A cerveja surgiu na sociedade suméria, no povo da Mesopotâmia, uma região rica em maltes selvagens. As mulheres misturavam o malte à água para alimentar o povoado local. Essa mistura era feita em casa e compartilhada entre as mulheres de geração em geração. Ainda nesse período, o Código Babilônico de Hamurabi, uma das primeiras leis da civilização na Mesopotâmia, dizia que as mulheres deveriam ser reconhecidas como verdadeiras autoridades na fabricação de cerveja, incluindo o direito de comercializar a bebida, adquirir propriedades e até se divorciar.

A breja seguiu seu curso pelo mundo e, à medida que a sociedade evoluía, no final do século XVIII, a produção de cerveja já acontecia em grande escala. Então, o processo de fermentação passou a ser feito por máquinas, e as mulheres começaram a ser ridicularizadas por empresários e cientistas, que diziam que o conhecimento transmitido por oralidade não valia nada, e sim a ciência e o investimento. As mulheres, sem o direito de fazer empréstimos bancários para criar suas próprias fábricas, foram colocadas de lado e desmoralizadas. A sociedade passou a fazer julgamentos sobre as mulheres que tomavam cerveja e frequentavam bares.

Apesar dos desafios, mulheres em diferentes lugares do mundo seguiram fazendo suas cervejas, modernizando receitas e conquistando seu lugar como cervejeiras. Um exemplo disso é a criação da Stoudt’s Brewing Company, em 1987, pela especialista Carol Stoudt. Outra importante criação foi a Pink Boots Society, fundada em 2008 para capacitar mestres cervejeiras. A sociedade começou com apenas 22 mulheres e hoje já passa de mil. No Brasil não é diferente! A mulherada está ganhando cada vez mais espaço no mercado cervejeiro, com cervejarias como a Cervejaria Dádiva, criada em 2014 por Luiza Lugli Tolosa, considerada duas vezes consecutivas a melhor cervejaria do Brasil; a Maria Bravura Cervejas Especiais, criada pela psicóloga Maria Bravura; e a Cerveja Macuco, uma cervejaria independente criada pelas amigas Mica e Nanda em 2016, entre inúmeras outras cervejarias e mestres cervejeiras que fazem parte da cena cervejeira no Brasil.

A história da cerveja é complexa, mas foi retratada aqui em poucas palavras para agradecer e homenagear você, mulher, que ao longo da história sempre foi predominante não só na história da cerveja, mas em toda a história da humanidade. Obrigado! Um brinde à beleza, força e garra de todas as mulheres! Saúde!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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