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Isolamento e demência: últimos anos de Alicinha foram dolorosos!

Dona de umas mais poderosas agendas do país, Alicinha começou a sentir os primeiros sintomas da doença em 2015

Keila Jimenez|Do R7 e Keila Jimenez

Alicinha Cavalcanti em uma das últimas aparições públicas, em 2015
Alicinha Cavalcanti em uma das últimas aparições públicas, em 2015 Alicinha Cavalcanti em uma das últimas aparições públicas, em 2015

De ex-presidentes dos EUA, como Barack Obama e Bill Clinton, a super astros da música como Madonna e Mick Jagger. A agenda borbulhante da promoter Alicinha Cavalcanti reunia mais de 17.000 contatos quentes e poderosos. No entanto, aos 58 anos, a agitadora das maiores 'festas' que esse país que já viu morreu praticamente sozinha, isolada, sem memória e cercada por poucos.

Foi ela quem quis assim. Quando começou a ter os primeiros sintomas do que inicialmente parecia Alzheimer, em 2015, Alicinha resolveu que iria 'lutar' contra a doença. Em 2017, com o agravamento da doença, afastou-se de vez de tudo e de todos.

Três Celulares

Tudo começou com pequenos lapsos de memória. Depois, veio a dificuldade para falar, para ler, para entender o que as pessoas estavam falando. Justo ela, a mulher que falava pelos cotovelos, que conhecia tudo e todos, que tinha três celulares ligados para poder atender todos os contatos. 

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Brincava que atendia os celulares até quando andava de moto.

Com um fone no ouvido e um microfone na jaqueta, Alicinha contava que falava pelo celular até quando andava de moto.

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"As pessoas me veem no trânsito falando sozinha e acham que sou louca", brincava ela. Era assim que reunia ricos, famosos, atletas, modelos, poderosos em festas, jantares, inaugurações, shows, camarotes disputados a tapa.

Ao perder a capacidade de se comunicar, uma das principais promoters do país não queria mais atender os amigos e se isolou por completo. Em 2016 começou a recusar trabalhos e convites e para festas.

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Em 2018, veio a primeira internação mais longa, já com os sintomas severos de uma doença degenerativa grave. Uns falavam em ELA (esclerose lateral amiotrófica), outros em Afasia Progressiva Primária (APP). Amigos pediam orações, perguntavam pela promoter, faziam homenagens, mas quase ninguém tinha reais notícias do estado de saúde de Alicinha.

A APP afeta habilidades como a compreensão da linguagem, a capacidade de formar frases, a leitura e a escrita. Os sinais mais comuns são: dificuldade de lembrar os nomes de pessoas e objetos e de compreender o significado de palavras conhecidas. Em casos mais avançadas por causa demência.

Alicinha Cavalcanti morre aos 58 anos após luta contra doença rara

Os mais próximos garantem que a doença foi dolorosa demais para quem a amava. Alicinha perdeu o brilho nos olhos, o sorriso largo, e as lembranças de uma vida muito bem vivida. Iniciou um estado de demência.

Jiu-Jítsu e gravidez

Flamenguista fanática, lutadora de jiu-jítsu e louca por motos, Alicinha carregava no corpo as marcas de seu gosto por fortes emoções: quatro pinos no joelho, onze parafusos e uma placa na perna – todos resultados de acidentes de moto e jogos de futebol. Tentou ter filhos , mas depois de uma arriscada gravidez tubária, desistiu.

Brincava que era 'uma abelha operária', lutadora, e que a parte que menos gostava era a de ter de ser arrumar para tantas festas. 

A maior festeira de todas acabou afastando-se de tudo e de todos e ficou aos cuidados do companheiro, o guerreiro Rodrigo Biondi, com quem ficou por 16 anos. Seguiu lutando, até o fim.

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