Com tarifaço de Trump, americanos sentirão na pele o que é ser brasileiro
EUA confirma tarifa de 104% sobre produtos da China a partir desta quarta e intensifica guerra comercial

Para entender o embate entre Estados Unidos e China, resumidamente temos o seguinte: o presidente americano, Donald Trump, pressionou como pode o presidente chinês, Xi Jinping, que não cedeu às pressões e, além de não baixar a tarifa de importação de produtos americanos de 34%, ainda a aumentou para 84%.
Em retaliação, Trump fixou a tarifa sobre produtos chineses em 104% a partir desta quarta-feira. Isso deixou diversas empresas americanas que dependem de suprimentos chineses em polvorosa. A Apple, por exemplo, se mobilizou para importar cinco aviões abarrotados de insumos.
Na prática, porém, como grandes empresas não têm agilidade para alterar seus sistemas de produção, a expectativa é de que os americanos acabem pagando o dobro em uma série de produtos.
Diante isso, as redes sociais no Brasil se tornaram um campo de guerra entre entusiastas da esquerda e da direita que, como de costume, tornam-se “experts” em política econômica internacional da noite para o dia.
Porém, deixando as paixões de lado, é preciso destacar que o tarifaço de Trump é mais baixo do que as taxas que qualquer brasileiro paga ao fazer suas comprinhas nas grandes plataformas chinesas, pois para compras acima de US$ 50, o imposto efetivo chega a 113%.
O que chama a atenção é o fato de que, para o brasileiro médio, os 104% de Trump são totalmente absurdos e vão “quebrar os Estados Unidos”, enquanto os 113% de impostos no Brasil são encarados apenas como mais uma tarifazinha entre as tantas que o mesmo brasileiro médio, expert em economia global, paga numa boa.