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Patricia Lages

Programação preditiva: fato ou teoria da conspiração?

Conceito aponta que filmes, seriados e outras obras fictícias são utilizadas para programar aceitação de novos comportamentos

Patricia Lages|Do R7

Defensores da Programação Preditiva sempre citam episódios de 'Os Simpsons' para defender a teoria
Defensores da Programação Preditiva sempre citam episódios de 'Os Simpsons' para defender a teoria

Quando o assunto é Programação Preditiva há, pelo menos, duas grandes correntes de pensamento, além da que afirma que o conceito não passa de teoria da conspiração. Para uns, significa um tipo de premonição, onde eventos reais são previstos de forma sobrenatural em peças de ficção. Já para outros, trata-se do uso proposital de criações fictícias para preparar as pessoas a aceitarem novos comportamentos.

Os defensores do conceito profético se utilizam de vários exemplos para defender seu ponto de vista, incluindo diversos episódios de 'Os Simpsons' que, supostamente, teriam “previsto” acontecimentos como o 11 de Setembro e o figurino de Kamala Harris na cerimônia de posse como vice-presidente dos Estados Unidos.

Quem crê no uso da Programação Preditiva como uma espécie de adestramento para a imposição de um “novo normal” também pode se valer de inúmeros exemplos. Um deles é a série americana 'Friends', que estreou em 1994 e permaneceu no ar por dez anos, angariando uma legião de fãs no mundo inteiro.

Os 236 episódios giram em torno de seis amigos – Monica, Rachel, Phoebe, Ross, Chandler e Joey – que enfrentam os desafios de viver na competitiva Manhattan, em Nova York. Para os adolescentes da época, vários comportamentos exibidos na série eram impensáveis na vida real, como por exemplo, a reviravolta em uma das temporadas onde Rachel, grávida de Ross, vai morar com Joey e os dois iniciam um romance.


Outros temas revolucionários para a época foram o casamento entre duas mulheres, Susan (ex de Ross) e Carol, que criaram juntas o filho de Susan e Ross; Phoebe ter sido “barriga de aluguel” do próprio irmão que, por sua vez, se casou com Alice, uma mulher bem mais velha do que ele; e o pai de Chandler ser transexual. Hoje, nenhum desses assuntos chocaria a audiência, pois se tornaram fatos comuns e corriqueiros.

E se o objetivo é chocar, no dia 1º de dezembro estreia nos cinemas o filme 'Até os Ossos', uma narrativa romântica que envolve canibalismo e sobrevivência. Na edição de hoje, o jornal The Times, do Reino Unido, traz uma crítica positiva sobre o protagonista do longa metragem: “Timothée Chalamet interpreta um canibal sensual nessa doce história de amor”. Será que esta seria uma “preparação” para a aceitação da prática futuramente?

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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