Nesta semana acompanhe nossa viagem pelo Vale do Jequitinhonha
Bora viajar por este Vale de tantos encantos...
Achamos em Minas|Do R7 e Luciana Katahira
E nesse nosso cantinho mineiro o que não falta é uma prosa boa… Então, puxa a cadeira e prepara o café, afinal, falar das nossas mineiridades é coisa séria. Mineiro que é mineiro gosta de um dedo de prosa e de falar das tantas belezas que a gente tem por aqui.
A gente ama contar histórias e mostrar cada cantinho que a gente conhece, desde nossas lindas e famosas cidades históricas, até aquelas cachoeiras escondidinhas que só o mineiro raiz conhece. A gente adora escutar que nosso convidado ganhou uns quilinhos porque nossa comida é “boa demais da conta, sô”, e que nosso sotaque é cheio de charme, e assim vamos apresentando nossa cultura, nossos artistas, contadores de causos e os outros tantos segredos escondidos entre as montanhas de Minas.
Quem já visitou Minas sabe que o convite para um café não pode ser negado. Aqui, qualquer hora do dia é um bom pretexto para um cafezinho e um bom papo. Por esta e tantas outras razões, nossa hospitalidade ganhou fama em todo canto.
E por falar sobre essa tal hospitalidade, esta semana quero levar você para uma viagem por um dos lugares onde o acolhimento é igual abraço de vó. Um lugar onde a simplicidade e a alegria fazem da região um pequeno paraíso. Lugar de povo acolhedor, cheio de histórias e tradições, um lugar onde logo na primeira visita nos sentimos como se estivéssemos reencontrando velhos amigos, onde a prosa é sempre boa e a gente tem aquela sensação de estarmos em casa.
Bem vindos ao mundo chamado Vale do Jequitinhonha.
Esta foi a segunda vez que visitei o Vale do Jequitinhonha e cada vez que passo por esta região fico encantada com a força da cultura daqui. O Vale, que já foi conhecido como o “Vale da Miséria”, se transformou pela arte. A escassez de recursos contrasta com a abundância de talentos artísticos, onde ceramistas, entalhadores, poetas, escritores, cantores, atores e os tradicionais corais, transformam a realidade árdua em expressões de beleza e cultura.
Desta vez visitei seis cidades: Araçuaí, Itinga, Ponto dos Volantes, Pedra Azul, Almenara e Jequitinhonha. Cada uma com suas características e personalidade, mas todas ligadas pelo jeito Jequitinhonha de ser (e só quem visita essa região vai entender isso).
É impossível passar por aqui e não sair transformado por esse povo que nos recebe de braços abertos, esse povo que sempre está pronto para dividir sabedorias, esperanças e poesia. O Jequitinhonha é um destino que é puro encanto do começo ao fim, um convite a uma viagem de experiências e sensações incríveis.
E nessa viagem, que foi cercada de pessoas maravilhosas, conheci uma escritora em Itinga, a Herena Barcelos, que tem um trabalho maravilhoso e é uma personagem marcante na cultura do Vale. Uma escritora que, muito melhor do que eu, traduz em sua poesia um pouco desse querido Vale do Jequitinhonha:
Um pedaço de terra
De chapada, de mato, de serra,
De estradas, de um vale,
Que abriga o Jequitinhonha
Em imenso fio
De aridez e renovo.
Vale o pedaço da Terra
Esculpido, poetizado e saboreado
Na beira de um rio
Celebrado no seu povo.
E assim, com muita poesia, fizemos nossa jornada pelo Vale do Jequitinhonha. E nossa primeira parada foi em Araçuaí: terra do Coral dos Trovadores do Vale, de Lira Marques, da tradicional feira e de tantos artistas… Mas isso fica para o próximo post.
Lembrando que, se você quiser assistir os programas que gravamos no Vale do Jequitinhonha, todos já estão disponíveis no Play Plus.
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