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Keila Jimenez - Blogs

Eu conheci o Silvio Santos no banheiro. Dá pra acreditar numa coisa dessas?

“A sonora risada mais famosa do Brasil, a mais imitada, estava do outro lado da porta de um banheiro me esperando”

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Keila Jimenez e Silvio Santos no Troféu Imprensa Arquivo pessoal/Keila Jimenez

Eu conheci o maior ídolo da minha vida dentro de um banheiro. Como jornalista e colunista de TV por mais de 20 anos, obviamente um dos meus maiores sonhos profissionais era conhecer pessoalmente Silvio Santos, o maior comunicador do país.

Finalmente essa oportunidade veio com um convite para participar do ilustre Troféu Imprensa, do SBT. Eu sabia que Silvio Santos passaria pessoalmente pelo meu camarim antes do programa começar, e só de pensar em ver de perto o homem do baú eu já me tremia inteira.

Fiquei horas pensando no que eu iria falar para ele. Mas, de repente, uma dor de barriga tomou conta de mim. O Silvio estava pra chegar, mas não teve jeito, tive de ir ao banheiro. E como o Murphy trabalha com a sua lei sempre como funcionário do mês (nunca falha), é claro que o Silvio entrou do meu camarim quando eu estava no banheiro né?

Silvio Santos então começou a perguntar pela colunista, no caso, eu. E eu gritei do outro lado da porta do banheiro: “eu estou aqui no banheiro, Silvio, me espera!”


Nem no mundo invertido imaginei uma situação como essa: o meu ídolo da vida do outro lado da porta de um banheiro e eu berrando com ele, com dor de barriga. Silvio então respondeu: “OK, estou te esperando, mas lave a mão antes de sair.!”, e começou a rir.

A sonora risada mais famosa do Brasil, a mais imitada, estava do outro lado da porta de um banheiro me esperando. Eu também estava rindo, mas de nervoso. Silvio fez naquela situação o que fazia de melhor, quebrou o gelo, se aproximou. Foi assim que ele entrou no coração e na casa dos brasileiros.


Silvio tornou-se próximo de nós, a visita mais esperada no almoço de domingo. Ao fazer perguntas óbvias, ao fingir que não conhecia o convidado famoso, ao recomendar um filme que ele não viu, mas “a mulher dele viu”, Silvio Santos tornava-se um de nós. Real, gente como a gente.

Ao sair do banheiro mostrei as mãos limpas, tipo criança querendo a aprovação dos pais, e ele seguindo rindo e veio me abraçar. Disse que era um prazer me conhecer, que estava feliz com a minha presença e o resto… Ah, o resto eu não ouvi, lembro só de ver a boca do Silvio mexer e meu cérebro congelar naquela situação surreal. Caramba, era o Silvio…


“Será que eu conto pra ele que dançava melhor que aquelas meninas que ganhavam tênis Montreal no Domingo no Parque? Talvez aquele fosse um momento de dizer tudo que um dia eu sonhei em pedir na Porta da Esperança… Ou então que eu sempre fui melhor que a Gretchen e o Nahim no “Qual é a Música?”. Eu acertava tudo antes do maestro Zezinho dar qualquer nota.”

Mas não, a única coisa que eu consegui fazer foi gritar no banheiro e rir com ele.

Sim, Silvio transbordava carisma. E na definição mais pura da palavra, pois assim como Silvio, “Carisma” tem origem grega, vem etimologicamente do grego “khárisma, aquele que tem a graça de encantar, de fascinar multidões. Ninguém fez isso melhor do que Silvio Santos.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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